Supertramp

Publicado em Agosto de 2010 na Time Out:


Supertramp
Pavilhão Rosa Mota
Terça-feira 14

Eles são ingleses mas o seu ar e o seu som parece americano – para onde de facto se mudaram quando chegaram ao auge da fama na segunda metade dos anos 70. O que fazem é pop, mas com o aparato humano e técnico do rock progressivo e a mestria do funk branco de alta-costura. Parecia que não havia revivalismo dos 70s que lhes desse uma (absolutamente desnecessária, como é evidente, mas ainda assim vantajosa) nova camada de verniz cool, mas o feito, embora de alcance limitado, lá aconteceu em 1999 quando Paul Thomas Anderson incluiu “Goodbye Stranger” e “The Logical Song” na malha narrativa do estonteante Magnolia. Por essa altura ainda havia Supertramp, embora em ritmo de suave gestão da carreira e dos muitos e muito fiéis fãs. Roger Hodgson, carismático co-fundador do grupo com Rick Davies, já abandonara o grupo em 1983 – os ácidos mudaram-lhe a vida, despachando-o para uma carreira a solo e uma existência espiritual e familiar.

Os Supertramp regressam em 2010 para uma digressão por enquanto apenas europeia. O mote para a tour é o 40º aniversário da saída do seu álbum de estreia, homónimo, e o site do grupo diz que se gastaram 15 meses a tentar convencer Hodgson a voltar à banda para estes concertos – sem efeito. Ainda assim, serão com certeza os anos dourados de Crime of the Century (1974) e Breakfast in America (1979) a fornecer a maioria dos temas do concerto no Palácio de Cristal. Mesmo que os poucos discos da era Davies tenham bons momentos de um som adulto e citadino – e americano.

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