Mais quatro dias e cumpriam-se dois anos exactos desde que aqui despejei o meu último best of discográfico. Um pouco de contexto, para quem não acompanhou a novela: desde 1982 que faço listas com os - meus - melhores discos do ano. O que aqui vou reproduzindo reflecte o que tem de reflectir, isto é, o que gostava, e quanto gostava, em tempo real. As listas de 92 estão aqui . As dos anos anteriores não andam longe. As de 1993, abaixo reproduzidas, soam surpreendentemente certas. Hoje, quase não mexeria nos 20 discos estrangeiros (só talvez os Dinosaur Jr. e os Pearl Jam marchariam dali para fora), e quase todos permanecem, pelo menos em teoria e de memória, audíveis. Foi um ano forte, de boas convulsões estéticas. O meu alinhamento "ideológico" pró-Melody Maker estava no auge, e lá por Novembro havia encontrado e começado a ler uma revista chamada The Wire. Já a lista nacional, a 18 anos de distância, é para lá de pobrezinha. Dois deles continuam recomendáveis (os nos. 3 e 4),...
Comentários
O que me parece que está aqui em causa é mais uma questão de gosto: de uma peça de antevisão de um festival com dezenas de artistas é de esperar, entre outras coisas, que se aponte o que pode ser ou não mais importante e/ou apetecível. (Pelo menos eu, como leitor, espero de um texto esse esforço de interpretação.) Essa filtragem também mete ao barulho a sensibiliadade de quem assina o texto? Também.
Ou seja, está a sugerir que, neste caso, "imparcialidade" implica, para si, não escrever coisas que desagradem à organização do Alive?
Portanto, se um pivô da RTP declarasse que os Prodigy eram uma "banda para drogados", estaria a ser tão correcto (e, atrever-me-ia a dizer, "imparcial") como eu ao afirmar que a DMB faz uma papa rock cuja única função válida que me ocorre é a indução do sono profundo.
Diga lá senhor Jorge Lopes, é jornalista ou comentador?
Mas, ainda assim, parabéns! Conseguiu ter mais do que 2 comentários num dos artigos do seu concorrido (soporífero?) blog \o/
http://www.youtube.com/watch?v=ypaH1Gj6VIs
Se conseguir dormir ao som desta música, dou-lhe os meus parabéns.
"a DMB faz uma papa rock cuja única função válida que me ocorre é a indução do sono profundo"
Gostos são gostos e aqui ninguém é obrigado a gostar disto ou daquilo, mas escrever isto deveria dar direito a nunca mais opinar sobre música em meios de comunicação lol
P.S: Quantos álbuns desta banda, de Placebo e de Blasted Mechanism já ouviu do fim ao inicio? Quantos concertos destas mesmas bandas já teve a hipótese de presenciar? Obrigado
Mas, como sempre, as pessoas reagem muito bem a quem expressa gostos diferentes dos seus num espaço onde é MESMO (um crítico é jornalista ou comentador? hmmm....) suposto expressar gostos. Noto perfeitamente a sua "imparcialidade".
A música é cultura, ou então sou ignorante ao ponto de pensar que sim...
Beep Beep, esse solo parolo de saxofone, é só de um dos maiores saxofonistas chamado de LeRoi Moore. Era um saxofonista de enorme talento e alma. Alma que colocava na música como muitos poucos músicos sabem fazer... A morte de LeRoi é uma enorme perda para a música, pena que cá em portugal poucas pessoas percebam isso...
Desde há 10 anos que aprecio e sou fã de DMB e não me ofende minimamente que alguém me diga que não gosta, sinto-me ofendida sim quando leio comentários que são feitos levianamente como "papa rock" ou "solo parolo de saxofone", mas também tratando-se isto de um blog sem qualquer tipo de referência pouco me importa.
Importa-me sim quando o mesmo acontece num jornal como o Expresso onde quem de direito ali escreve acaba por se esquecer do seu lugar e transcrever as suas opiniões pessoais. Como você próprio disse "tu ficas-te na tua, eu fico-me na minha" então para a próxima faça-nos um favor e abstenha-se de impôr o seu cunho pessoal nas críticas que faz, porque sabe que mais? Ninguém está minimamente interessado nos seus gostos musicais.
Ainda bem que a morte que "poucas pessoas percebem" é de uma banda cabeça de cartaz de um festival.
A propósito, o artigo polémico dizia bem de várias bandas. Essa parte não recebe reclamação por ser "parcial" porquê?
Eu já tive que aturar gente que disse coisas piores por eu não gostar dos DMB. A música vivida com paixão é assim. Dizemos coisas fortes com convicção. Eu dizer que achei aquela versão da "All Alonge The Watchtower" péssima, moliquenta e assexuada é tão convicto quanto os que dizem que eles são a melhor coisa que existe do rock de hoje, e que são músicos cheios de "alma" (termo com múltiplas definições).
Não vos percebo. As críticas que saem em jornais, revistas e sites são 95% das vezes positivas. Mas quando alguém diz mal de alguma coisa, os que habitualmente não lêm saltam logo a correr com o estereótipo do "Só dizem mal!" Eh pá, um gajo não gosta deles e disse-o. E depois? Sigam em frente, porra!
O artigo deste blogueiro, vale o que vale é a opinião dele....e está no direito dele, agora sendo jornalista deverá fazer um estudo prévio do que vai retratar e depois retratar de forma isenta.
Na minha profissão, quando tenho alguma tarefa, faço uma avaliação inicial, do que tenho a fazer e depois é que a vou cumprir.
Agora sobre a DMB, não é uma banda fácil de ouvir, é para ouvintes com algum gosto musical, não são fáceis, porque quando tocam ao vivo, gostam de se divertir! Não há dúvidas que qualquer elemento da banda é um excelente músico, agora dizer que dá sono!?!? A prova, é que quando em 2007 eles tiveram tanto sono e o público português também o teve...que tocaram perto de 3 horas de música! E lançaram um cd dessa noite. Mas como é óbvio 2 horas e meia desse cd eram eles a tocar músicas de embalar e o público a ressonar!
Um bem Haja
Já agr, só um aparte, DMB veio a Portugal em 2007 como uma aposta pessoal do Sr. Álvaro Covões, da EiN, correu bem, estiveram lá 18000 pessoas e o concerto até foi editado como Live Trax. Agora, 02 anos depois, a aposta mantém-se. E não devido à morte de ninguém, pois em 2007 o LeRoi ainda nos brindou com o seu talento.
Mas posso lhe dizer que já li inúmeras críticas bastante negativas feitas a DMB até pela mão de quem é o seu admirador mais ferrenho às quais não tenho um dedo a apontar, porque foram feitas com conhecimento e devidamente justificadas, concorde eu ou não com as mesmas respeitei-as.
Não foi isso que vi neste artigo, vi 3 ou 4 bandas a serem simplesmente descartadas com um único adjectivo sem qualquer justificação válida.
vfbrito - Quando lê um coluna de opinião de um qualquer comentador político, espera ausência de opinião pessoal? Eu vejo a crítica musical como um equivalente. O JML já disse mal de muitas coisas que eu gosto (ex: White Stripes, Pearl Jam, A Silver Mt Zion, TV On The Radio), mas continuo a achar, lendo as críticas dele, que é das pessoas que melhor pensa e escreve sobre música em Portugal. Atribuo aquilo que aponta como errado no texto dele ao pouco espaço disponível.
Agora digam-me: Temos um indivíduo a dizer que os DMB são para pessoas "com algum gosto musical". Não é isto igualmente insultuoso aos vossos olhos? O que sabe esta pessoa sobre o meu gosto?
O que eu queria dizer, sobre " o algum gosto musical" não é de ser ouvinte de música, mas perceber música!
Para estudantes de música, compositores de música, profissionais do mundo musical, era a esses que me referia, talvez as minhas palavras não tenham sido as mais correctas....
Mas o que queria dizer, era para que quem "percebe" de música a DMB é um conjunto de músicos bastante complexo e que consegue fazer música de qualidade! Do ponto de vista técnico-táctico da música!
Para ser sincera não conheço muito do trabalho do autor mas se você acredita que ele é um bom crítico musical então faria uma proposta, se assim fôr interesse do mesmo, teria muita curiosidade em lêr uma crítica sua devidamente fundamentada em relação a DMB.
Como fã de DMB tenho verdadeira curiosidade em saber o que faz alguém gostar ou não desta banda.
vfbrito - Claro que seria curioso. Mas o JML é que sabe do seu tempo. Pessoalmente, a última coisa nova que ouvi deles foi o primeiro single deste novo disco, e considero que a proficiência técnica acaba diluída num rock muito calmo e amigo da rádio, que não é de todo ao meu gosto.
Concordo também, mas normalmente os singles para a rádio têm todos esse objectivo.
"Prefiro a alma e o talento do John Coltrane, do Maceo Parker "
Quem sabe o que é Coltrane ou Parker e depois escreve "solo parolo de saxofone"...Dá para desconfiar...
(Já agora DMB + Maceo Parker http://www.youtube.com/watch?v=Xc7HwQXSdeA)
O problema aqui, pelo menos para mim não é o escrever bem ou mal porque cada um escreve o que pensa, vai mais da forma como se escreve.
Beep és pago para responder a comentários? lol
Se alguém quiser começar a pagar-me, estejam à vontade! :-p
Dave Matthews Band não chega aos tops dos tops mas para quem percebe bem de música (e NÃO estou a dizer isto à toa) percebe pelo menos a essência deste grupo. Se notassem a harmonia dos intrumentos, a cumplicidade na entrada destes e como as improvisações são feitas ao milímetro não duvidavam que havia qualquer coisa ali para além desse tal de "que não passa de rock suave" que insistem em falar.
Podem não ser o que algumas adolescentes achem ser o mais "in" ou o mais "hot". E não digo isto de todas obviamente mas as que fazem a maioria e apenas houvem esta ou outra música porque ela passa na MTV, nas novelas, etc. Se passassem Dave Matthews Band a toda a hora na MTV e nesses canaizinhos sem qualidade queria ver se não eram só pessoas a comprar CD's e a falar na banda. Isso ocorreu com outras actrizes que conhecia mas ninguém fazia a minima ideia quem era. A partir do momento em que as séries estavam no ar ficou logo conhecidíssima.
Queria ver se Dave Matthews Band já fosse assim tão conhecida por essas adolescentinhas com vontade de pertencer a algum grupo. Queria ver como era...nunca nada disto apareceria aqui porque este senhor nunca poderia publicar algo que atacava a maioria. Porque não vendia. Porque lhe caía meio mundo em cima.
Só tenho uma coisa a dizer: Calhou mal. Calhou mal porque a comunidade de fãs da DMB em Portugal viu este artigo e caíu em cima. E caíu porque está mal! Este pensamento do criticar o resto e estar nas tintas para o que não é popular está mal!
Por isso muita boa noite e salvo que das adolescentes em geral não digo mal (pois até sou uma) mas apenas daquelas que coitadas...só querem pertencer a um grupinho e têm de ouvir determinado tipo de música para isso.
Há que respeitar, e é precisamente nesse ponto que o seu texto se torna ofensivo para quem gosta de A ou B!
Tenho a certeza que também se sentiria ofendido se adjectivassem gratuitamente um gosto seu, sem dar qualquer explicação, no fundo JML passou 2 atestados,um de ignorância para quem ouve e outro de superioridade ao autor do texto!
Sempre apreciei o «estilo» introduzido pelo expresso há muitos anos atrás, é verdade que nem sempre concordei com algumas análises feitas em artigos de opinião, no entanto,quando a argumentação/fundamentação não me convenciam,no limite, o estilo de escrita evidenciava um grande respeito pelo leitor. Lamento dizê-lo mas neste artigo não consigo vislumbrar nenhum dos pontos atrás referidos!
Também já tive a prova que para o autor de nada vale a opinião de quem lê as suas palavras!
Haverá casos em que isso é positivo, neste caso concreto, dá-me a perfeita indicação, de que JML já aprendeu tudo o que tinha a aprender, dando-me ainda uma última indicação,«quem pensa que tudo sabe, não sabe nada»!!
Então, pergunto eu, para quê continuar a lê-lo???
Mas claro que ninguém é obrigado a ler ninguém. Eu nunca deixei de ler ninguém por discordar de mim, mas isso é ao critério de cada um. Eu continuarei a ler, por todos os motivos já enumerados, e sobretudo pelas críticas positivas.
Em BEP havia pessoas que basicamente sabiam as músicas por saber, porque ouviram na rádio. Eu admito que sabia maioria porque dá na rádio...
Mas não havia a "magia", o tal de "quê" dos fãs. Note-se o que ocorreu na "Two Step". Duvido que tal tivesse ocorrido com o público de BEP...
Em Dave Matthews Band as letras eram sentidas e cantadas por fãs que o são há muito tempo.
A Questão meu amigo...que tantos outros não conseguem perceber está em que não é a quantidade que enche mas o espírito daqueles que enchem e a sua simbiose com a banda. Entende?
Não sei se já alguma vez ouviu "Tripping Billies" em alguma rádio portuguesa. Já agora se ouviu tem de me dizer em qual e quando porque eu nunca ouvi.
Passa "The Space Between", "Everyday" e sempre que se pede a alguma rádio Dave Matthews BAND eles passam "Love of my life" do Dave Matthews e do Santana. Já agora, será demais repetir que é uma BANDA? Bem...mas isso é tema de outra conversa.
A verdade é que aqueles que eram fãs e que ali estavam sabiam as músicas não porque passassem na rádio, se "ouvisse" e estivesse na moda ouvir mas porque gostavam. Porque acham que aquilo merece, deveras. Não cantaram com a banda por cantar mas com sentimento de fãs que não só ouvem mas sentem a música que lhes tem significado.
Simplesmente, o facto de uma coisa passar na rádio ou não não é argumento que eu vá utilizar. Nem me apetece entrar em conversas e discussões sobre que fãs são genuínos ou não, ou quem cantava por paixão ou não. Tudo o que poderia dizer aí seria completa especulação. Para mim o facto continua a ser - ambos têm capacidade para atraír muito público, pelo que não faz sentido falar em banda incompreendida.
Nada como uma banda que evita o uso de Xanax.
:D