The Village Voice

Não é impressão minha, nem acredito muito em coincidências: cada vez mais gente, eu incluído, anda a prestar atenção aos extraordinários exemplos de jornalismo levados semanalmente à estampa pelo cinquentenário jornal semanal alternativo gratuito de Nova Iorque. O site que reproduz toda a matéria saída em papel (mais conteúdos exclusivos online) e a disponibiliza de graça presta uma ajuda inestimável. Ontem foi a vez do Nuno Galopim chamar atenção para o dossiê 11 de Setembro, que dá capa à edição desta semana.

Conhecia-o até então pelo prestígio e por contactos ocasionais, mas passei a ler o Village Voice online todas as semanas de há um ano e pouco para cá. Não se sabe como será o seu futuro após a confirmação da fusão do grupo que o detinha nos últimos anos (e que também possui, entre outros, o quase-tão-soberbo Seattle Weekly) com o (ex-)concorrente e líder do mercado da imprensa dita alternativa americana New Times. As previsões são pouco menos do que preocupantes mas, até que algo eventualmente mude para pior, o Village Voice e o Seattle Weekly vão-me dando, quase sozinhos, razões para ainda sentir orgulho em orbitar na classe jornalística.

Questão envenenada: um jornal parecido com o The Village Voice (política + cidade + investigação + sociedade + a cultura toda + entertenimento que não parte do princípio que os leitores são débeis mentais), gratuito ou não, teria gente para o ler e anunciantes para lá anunciar para sobreviver no Porto ou em Lisboa?

Comentários

Jorge Lopes disse…
Passe o delírio, e para ficar por cá, talvez mais uma conjugação do Se7e em 70 e muitos, 80 e poucos + o Blitz entre 84 e 88 + Um O Independente de esquerda entre 88 e 90 e poucos.
Pedro Gonçalves disse…
Respondendo à pergunta: sim.

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