Portugal

O país em três partes certeiras em três peças no Público de sábado 24. José Manuel Fernandes e o «escândalo» das apostas presidenciais («É que apostas sobre eleições é coisa que não falta por aí, cá ou lá fora, razão por que ninguém parece estar incomodado na Suécia ou nos Estados Unidos (países seguramente mais atrasados do que Portugal) por na Betandwin também se poder apostar sobre os processos eleitorais aí a decorrer. De onde se conclui que, se o ridículo matasse, estávamos todos no cemitério.»). Amílcar Correia e a greve dos funcionários da recolha do lixo no Porto («Acossado por uma nova paralisação e pelos consequentes transtornos na cidade, a câmara fez uma fuga para a frente e tem tentado remeter a resolução do conflito para o Governo. Como se a autarquia não tivesse responsabilidade na gestação do confronto com os seus funcionários. Tal como habitualmente, Rui Rio afirma que a culpa é do Governo, à semelhança dos episódios do Túnel de Ceuta.»). Vasco Pulido Valente e o «respeitinho» como modo de vida nacional («Insinuam agora por aí que o dr. Soares foi "agressivo" e "malcriado" com o dr. Cavaco. Extraordinária coisa. Ou talvez não. Na terra do salamaleque e da curvatura, do "sr. dr." e do "sr. prof.", com certeza que não. Já alguém viu uma entrevista ou um debate na Inglaterra ou na América (e não em Espanha em que o governo controla a televisão)? Alguém reparou no que têm de aturar, e com boa cara, Bush ou Tony Blair? Ao que parece, o dr. Cavaco e os portugueses não gostam dessas democracias grosseiras. Preferem uma democracia empertigada, com muita prudência, presunção e língua-de-pau. E, claro, uma sociedade sem espécie de consciência de si, que chama "inverdade" à mentira e que acha a verdade geralmente ofensiva. Os piores paspalhões que, por azar, encontrei na política indígena subiram quase sem excepção a altos lugares. Não "saíam do seu lugar" e não ofendiam susceptibilidades. Milagres do "respeitinho". Portugal nunca se deu bem com a liberdade.»).

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