Top of the Flops
Há duas semanas surgiu em Inglaterra uma revista semanal de música chamada Popworld Pulp, braço em papel do programa televisivo e do site Popworld.
Pensá-la e estruturá-la custou a habitual pipa de massa e de tempo.
Duas semanas depois, a Popworld Pulp fechou. Parece que devia ter vendido uns 60 mil exemplares mas não passou dos nove (!) mil.
Há qualquer coisa nesta lógica das empresas de comunicação social contratarem pessoas e gastarem considerável tempo e dinheiro a desenvolver publicações; a fazer incontáveis estudos de mercado; a alugar cobaias para lhes dizerem que só folhearão a revista se ela tiver títulos a cor de laranja em vez de títulos a azul marinho; a imprimir e a distribuir milhares de números experimentais... Há qualquer coisa nesta lógica de passar uma eternidade em laboratório para fazer uma revista em que tudo está como os estudos de mercado dizem que deve estar, e que fecha ao fim de 15 dias e duas edições e nove (!) mil exemplares vendidos em vez de 60 mil... Há qualquer coisa nesta lógica que, francamente, não tem ponta de lógica.
Talvez seja como David Hepworth diz: "Maybe they should have just put it out and let it do its development in the world. Like they say, if you want to learn how to fight, go and punch someone."
Pensá-la e estruturá-la custou a habitual pipa de massa e de tempo.
Duas semanas depois, a Popworld Pulp fechou. Parece que devia ter vendido uns 60 mil exemplares mas não passou dos nove (!) mil.
Há qualquer coisa nesta lógica das empresas de comunicação social contratarem pessoas e gastarem considerável tempo e dinheiro a desenvolver publicações; a fazer incontáveis estudos de mercado; a alugar cobaias para lhes dizerem que só folhearão a revista se ela tiver títulos a cor de laranja em vez de títulos a azul marinho; a imprimir e a distribuir milhares de números experimentais... Há qualquer coisa nesta lógica de passar uma eternidade em laboratório para fazer uma revista em que tudo está como os estudos de mercado dizem que deve estar, e que fecha ao fim de 15 dias e duas edições e nove (!) mil exemplares vendidos em vez de 60 mil... Há qualquer coisa nesta lógica que, francamente, não tem ponta de lógica.
Talvez seja como David Hepworth diz: "Maybe they should have just put it out and let it do its development in the world. Like they say, if you want to learn how to fight, go and punch someone."
Comentários
1 - Os abutres da Popworld não deram sequer tempo - e a palavra aqui é mesmo essa, tempo - para que a revista sequer se desenvolvesse. E quem deixa uma coisa acabar ao fim de dois números é porque, verdade seja dita, é sinal claro de que não se confia, muito menos acredita, no produto que se tem em mãos.
2 - Assim à primeira vista (não li a revista), não me parece que o problema seja de não se ter ideia do que se passa , mas mais não apresentar uma alternativa àquilo que já existe no cada vez mais diminuto mercado dos semanários musicais bifes (i.e., NME + Kerrang!. Adicione-se o facto de estas duas serem já duas marcas - e o itálico, aqui, não é nada por acaso - de tal forma estabelecidas, que qualquer tentativa de alguém se imiscuir neste trufo terá de ser obrigatoriamente bem delineada.
3 - Apenas como adenda: tanto quanto sei, o NME tem andado, no último ano, a perder leitores outra vez, dado a onda actualmente mais em vigor na nação jovem britânica - emo e similares - ter no rival Kerrang! o seu divulgador natural, logo mais aglutinador de atenção/vendas.
Pedro, conseguiste passar os olhos pela revista aí em Londres? Pelo que mostravam no site (tal como o Ricardo, também não deitei mão à revista), tinha aspecto e conteúdos próximos do NME. Não sei se o problema será tanto de os putos não estarem nesta onda, mas sim desta onda, neste formato, com esta periodicidade, já estar amplamente coberta pelo NME e pela Kerrang, que há já vários anos se vão entretendo numa competição de vendas que tem garantindo o sustento de ambas.