O Rosto do Tempo
Não é, evidentemente, a única forma de o fazer bem, mas acho que as primeiras páginas do britânico The Independent são, em 2007, as melhores primeiras páginas e a melhor via para os jornais diários em formato tablóide - uma imagem/tema forte a dominar a página; um título mais ou menos marcante na mensagem e na visibilidade em função da imponência da imagem que o acompanha; poucas (ou nenhumas) chamadas para outros assuntos incluídos naquela edição.
Tenho para mim que as primeiras páginas dos jornais, especialmente dos diários, devem reflectir graficamente o instante em que se vive; o instante que aquela edição, daquele dia, relata e explica nas páginas interiores. Devem conseguir destacar-se/ distinguir-se na fascinante batalha visual diária dos quiosques. Passar os dias a fazer primeiras páginas (isto é, a fazer a montra do jornal, a cara com que se mostra ao mundo e da qual se depende) que, quando colocadas lado a lado e observadas a poucos metros de distância, são basicamente indistinguíveis, não me parece, em 2007, uma boa solução.
(Salvo instituições que continuam a fazê-lo bem, como o The New York Times ou o Le Monde ou o The Guardian ou o Expresso - mas, curiosa e significativamente, e sem coincidência, todos eles são maiores do que o formato tablóide.)
Olhe-se também para o delírio e imaginação visuais empregues pelos diários desportivos e pelos ditos "tablóides populares" nas suas primeiras páginas. São, digo eu, outros exemplos a ter em séria conta.
Tenho para mim que as primeiras páginas dos jornais, especialmente dos diários, devem reflectir graficamente o instante em que se vive; o instante que aquela edição, daquele dia, relata e explica nas páginas interiores. Devem conseguir destacar-se/ distinguir-se na fascinante batalha visual diária dos quiosques. Passar os dias a fazer primeiras páginas (isto é, a fazer a montra do jornal, a cara com que se mostra ao mundo e da qual se depende) que, quando colocadas lado a lado e observadas a poucos metros de distância, são basicamente indistinguíveis, não me parece, em 2007, uma boa solução.
(Salvo instituições que continuam a fazê-lo bem, como o The New York Times ou o Le Monde ou o The Guardian ou o Expresso - mas, curiosa e significativamente, e sem coincidência, todos eles são maiores do que o formato tablóide.)
Olhe-se também para o delírio e imaginação visuais empregues pelos diários desportivos e pelos ditos "tablóides populares" nas suas primeiras páginas. São, digo eu, outros exemplos a ter em séria conta.
Comentários
E não, não são precisos estudos de mercado para verificar isto. Basta interagir com outros seres humanos e ver a relação que um Zé António ou uma Maria Etelvina média tem com o seu jornal. Nem que esse jornal seja o Destak, o Metro ou a Dica da Semana. :)
Se reparares nas primeiras páginas do The Independent, notarás como o logotipo permanece intocado.
(Dito isto, convém esclarecer que não sou contra mexidas no logotipo de uma publicação, desde que muito esporádicas, em momentos ou por razões realmente excepcionais. Nestas condições, essas mexidas podem até reforçar a própria marca - se andares sempre vestido de preto, o impacto de apareceres durante um único dia vestido de vermelho é profundo porque há a consciência de uma norma reconhecível que foi alterada; se usares todos os dias cores diferentes poucos registarão as alterações.)