The Psychedelic Furs
Antevisão de concerto publicada na Time Out em Outubro de 2010:
The Psychedelic Furs
Teatro Sá da Bandeira
Era uma vez uma banda inglesa liderada por um tipo bem-parecido chamado Richard Butler, um cantor com as maçãs do rosto e os cabelos loiros eriçados certos para vir a ser estrela rock. Esta banda nasceu no cone de ar criado pelo punk e pelo pós-punk, mas não precisou de muito tempo para perceber que detinha umas certas qualidades que, com sorte e jeito, permitir-lhes-ia transcender lugares, estilos e públicos. Entre essas qualidades destacavam-se: um jeito para um dramatismo pop tingido de negro (uma cor traiçoeira e que, empregue na dose errada, poderia tê-los empurrado para o circo gótico dos Bauhaus); um gosto pela sofisticação; e uma certa vontade de não estacionar no mesmo lugar musical por muito tempo. Quando deram por ela, o seu rock de vistas largas e bons acabamentos tinha o FM americano na mão, e em 1986 a cor que se lhes associa muda dramaticamente quando “Pretty in Pink” desagua em Pretty in Pink, um dos filmes com que John Hughes fixou para a eternidade a adolescência nos anos 80.
Os Psychedelic Furs das luzes de néon, dos blusões de cabedal, dos óculos escuros em todas as circunstâncias e do cheiro a Drakkar Noir prosseguiram em glória até 1991. Regressaram em 2000, agora na modalidade banda-de-tributo-a-si-própria, e é assim que voltam a Portugal. Ainda bem: uma das escassas tentativas de mostrar música nova na última década saldou-se num hino-pastelão inenarrável chamado “Alive (For Once in My Lifetime)”, em 2001. Pode ser que o brilho de glórias passadas se sobreponha às teias de aranha.
The Psychedelic Furs
Teatro Sá da Bandeira
Era uma vez uma banda inglesa liderada por um tipo bem-parecido chamado Richard Butler, um cantor com as maçãs do rosto e os cabelos loiros eriçados certos para vir a ser estrela rock. Esta banda nasceu no cone de ar criado pelo punk e pelo pós-punk, mas não precisou de muito tempo para perceber que detinha umas certas qualidades que, com sorte e jeito, permitir-lhes-ia transcender lugares, estilos e públicos. Entre essas qualidades destacavam-se: um jeito para um dramatismo pop tingido de negro (uma cor traiçoeira e que, empregue na dose errada, poderia tê-los empurrado para o circo gótico dos Bauhaus); um gosto pela sofisticação; e uma certa vontade de não estacionar no mesmo lugar musical por muito tempo. Quando deram por ela, o seu rock de vistas largas e bons acabamentos tinha o FM americano na mão, e em 1986 a cor que se lhes associa muda dramaticamente quando “Pretty in Pink” desagua em Pretty in Pink, um dos filmes com que John Hughes fixou para a eternidade a adolescência nos anos 80.
Os Psychedelic Furs das luzes de néon, dos blusões de cabedal, dos óculos escuros em todas as circunstâncias e do cheiro a Drakkar Noir prosseguiram em glória até 1991. Regressaram em 2000, agora na modalidade banda-de-tributo-a-si-própria, e é assim que voltam a Portugal. Ainda bem: uma das escassas tentativas de mostrar música nova na última década saldou-se num hino-pastelão inenarrável chamado “Alive (For Once in My Lifetime)”, em 2001. Pode ser que o brilho de glórias passadas se sobreponha às teias de aranha.
Comentários