Ban
(publicado em Agosto no Expresso)
Surrealizar
Ban
EMI
Os Ban foram uma banda com o Porto no sangue e fé na Pop. Uma fé com um caminho difícil para negociar, num tempo de euforia pós-moderna. Neste primeiro álbum da banda de João Loureiro, saído em 88, há cosmopolitismo e candura em vez de distanciamento e poses blasé. “Surrealizar” tem som adulto, os temas dispõem de espaço para respirar, e a equipa instrumental é um primor de elegância, simplicidade e eficácia rítmica, a que se junta pela primeira vez a voz de Ana Deus. Quando há canções directas os resultados podem raiar o sublime (‘Num Filme Sempre Pop’, ‘Irreal Social’, ‘Encontro Com Mr. Hyde’). E quando há farrapos transviados da cacofonia pós-punk… bem, ao menos não falta exuberância na tentativa esbracejada de juntar ideias. Uma reedição fundamental, onde a remasterização não descartou o que no som de “Surrealizar” há da limpeza clínica e seca do seu tempo original. Um regresso que não merece ficar esquecido entre as ondas de Verão. Os extras resumem-se às reinvenções para 12 polegadas de ‘Irreal Social’ e ‘Brouhaha’. Pena que não se tenha aproveitado o balanço para arrebanhar num segundo CD a produção pré-“Surrealizar”: o single “Identidade” (de 1983, editado com o nome Bananas), o mini-LP “Alma Dorida” (84) e o máxi “Santa” (86).
Surrealizar
Ban
EMI
Os Ban foram uma banda com o Porto no sangue e fé na Pop. Uma fé com um caminho difícil para negociar, num tempo de euforia pós-moderna. Neste primeiro álbum da banda de João Loureiro, saído em 88, há cosmopolitismo e candura em vez de distanciamento e poses blasé. “Surrealizar” tem som adulto, os temas dispõem de espaço para respirar, e a equipa instrumental é um primor de elegância, simplicidade e eficácia rítmica, a que se junta pela primeira vez a voz de Ana Deus. Quando há canções directas os resultados podem raiar o sublime (‘Num Filme Sempre Pop’, ‘Irreal Social’, ‘Encontro Com Mr. Hyde’). E quando há farrapos transviados da cacofonia pós-punk… bem, ao menos não falta exuberância na tentativa esbracejada de juntar ideias. Uma reedição fundamental, onde a remasterização não descartou o que no som de “Surrealizar” há da limpeza clínica e seca do seu tempo original. Um regresso que não merece ficar esquecido entre as ondas de Verão. Os extras resumem-se às reinvenções para 12 polegadas de ‘Irreal Social’ e ‘Brouhaha’. Pena que não se tenha aproveitado o balanço para arrebanhar num segundo CD a produção pré-“Surrealizar”: o single “Identidade” (de 1983, editado com o nome Bananas), o mini-LP “Alma Dorida” (84) e o máxi “Santa” (86).
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