2002

Quando olho para estas listas também encontro os jornais, revistas, blogues e sites com que, a cada tempo, mantenho mais viçosas relações/ "conversas" estéticas. E se no período pós-desabamento do Melody Maker (isto é, depois de 1997) o que havia eram ténues traços da Uncut e da Wire (nesta fase folheava-a mais ou menos em piloto automático) e uma crescente presença da Spin (que a memória futura não esqueça o quão vibrante, inteligente, ecléctica, Pop e cheia de vida ela era na transição de século), o que vejo nesta lista de 2002 é, sobretudo, o religar à Wire e a entrada em cena da escrita online, através do primeiro site do Simon Reynolds, cuja estrutura fazia dele uma espécie de pré-blogue.

Assim, os votos do júri de Vilar do Paraíso, no ano em que o meu enorme camarada Pedro Gonçalves regressaria ao Blitz para lhe dar a última era dourada enquanto jornal, foram para...


DISCOS DO ANO
2002
INTERNACIONAL

1- Original Pirate Material – The Streets
2- 2 Many DJ’s: As Heard on Radio Soulwax Pt. 2 – Soulwax
3- Geogaddi – Boards of Canada
4- Whole Numbers Play the Basics – Casino Versus Japan
5- Tangents 2002: Disco Nouveau – Vários
6- Extra Yard – Vários
7- 3D – TLC
8- The Official Adventures of Grandmaster Flash – Grandmaster Flash
9- Under Construction – Missy Elliott
10- Southern Hummingbird – Tweet
11- Finisterre – Saint Etienne
12- Nellyville – Nelly
13- Garage Rap Vol.1 – Vários
14- The Parker Tapes – Cassetteboy
15- Justified – Justin Timberlake
16- American Gigolo: The Best of International DJ Gigolo Records- Vários
17- Minesweeper Suite – DJ/Rupture
18- Come With Us – The Chemical Brothers
19- Arrhythmia – Antipop Consortium
20- A Hundred Days Off – Underworld
21- Goodly Time – Position Normal
22- Auntie Aubrey’s Excursions Beyond the Call of Duty Part 2: The Orb Remix Project – The Orb
23- Visions of Blah – Thomas Fehlmann
24- Light & Magic – Ladytron
25- Talon Slalon – Blevin Blectum
26- American Supreme – Suicide
27- We Are Science – Dot Allison
28- God’s Son – Nas
29- Lord Willin’ – Clipse
30- Cardiology – Recloose


DISCOS DO ANO
2002
NACIONAL

1- Rimar Contra a Maré – Boss AC
2- Momento – Pedro Abrunhosa & Bandemónio
3- Rhizome – The Astonishing Urbana Fall
4- Rosa e Vermelho – Susana Félix
5- Nocturno – Bernardo Sassetti
6- Beats Vol.1: Amor – Sam the Kid
7- Elastic Void – Elastic Void
8- A Circle So Blue – Hipnótica
9- Microlandeses – Micro
10- Bomba Relógio – Bomberjack
11- Requiem – Repórter Estrábico
12- Micro Audio Waves- Micro Audio Waves
13- Radio Song – Carlos Barretto Trio
14- Esquece Tudo o que Te Disse – Azembla’s Quartet
15- Podia Ser “Mi” – Nigga Poison

Comentários

Não há realmente quaisquer dúvidas que o disco do Mike Skinner foi a melhor coisa que apareceu em 2002 (e em 2003). Nos discos nacionais é que só consigo ver também um vencedor: Sam the Kid.
Ricardo disse…
Hmmm... não foi por acaso nesta precisa altura que a Wire começou o seu longo, e só há para aí um ano milagrosamente interrompido, cadafalso em direcção às sinfonias para frigorífico preparado em desatino maior?
Jorge Lopes disse…
Esta foi a altura em que a Wire fez a remodelação gráfica que lhe deu, no essencial, o aspecto que ainda mantém hoje - com a diferença dessa versão inicial ser bem mais criativa do que aquilo que agora encontras na banca. Em termos de conteúdo, acho que (exceptuando um punhado de capas mais mainstream, com os Radiohead à, errr, cabeça, e a adopção/criação da new weird America)não se registaram diferenças importantes nem em relação ao que vinha sendo feito desde a segunda metade dos 90s, nem ao que foram fazendo até ao fim de 2007. A virtude da Wire é que podes sempre lê-la sob vários ângulos, e se quiseres podes quase sempre encontrar coisas interessantes na revista mesmo passando ao lado dessas sinfonias para frigorífico preparado. O que me provoca ciclicamente alergia na revista é mais a combinação daquele grafismo tipo Instituto de Medicina Legal com um tom geral de escrita burocrático, que não transmite entusiasmo nem envolve quem a lê.

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