Max Richter
Publicado em Dezembro no Actual do Expresso:
Memoryhouse
Max Richter
BBC/ Fat Cat/ Flur
Lançado em 2002 e agora reeditado, o primeiro álbum em nome próprio do músico e compositor Max Richter sobrevive aos anos passados. Gravado com a BBC Philharmonic Orchestra, “Memoryhouse” segue um conceito usado e muito abusado nos anos 1990, o da banda sonora para um filme imaginário. Sucede que Richter fá-lo com uma eloquência e precisão (da recorrência de motivos sonoros aos títulos funcionais) que impelem o ouvinte a uma consulta, infrutífera, do Internet Movie Data Base. O filme que se ouve em “Memoryhouse” é guiado pelo minimalismo. Paisagens devastadas, geladas e monocromáticas pairam no ar das 18 faixas. A palavra-chave é ‘memória’: esta é uma obra que evoca um século XX europeu em estado de pós-guerra, repleto de fantasmas que ditam a vida dos sobreviventes. Chuva cai durante ‘November’. Um estertor de ‘voz’ a uivar sufoca em ‘Sarajevo’. Há um tecto de nuvens cor de chumbo que nunca levanta deste álbum, nem quando esporádicos loops rítmicos entram num frenesim larvar. Uma obra austera, pungente e invernosa, de um compositor de carreira ainda breve mas consistente.
Memoryhouse
Max Richter
BBC/ Fat Cat/ Flur
Lançado em 2002 e agora reeditado, o primeiro álbum em nome próprio do músico e compositor Max Richter sobrevive aos anos passados. Gravado com a BBC Philharmonic Orchestra, “Memoryhouse” segue um conceito usado e muito abusado nos anos 1990, o da banda sonora para um filme imaginário. Sucede que Richter fá-lo com uma eloquência e precisão (da recorrência de motivos sonoros aos títulos funcionais) que impelem o ouvinte a uma consulta, infrutífera, do Internet Movie Data Base. O filme que se ouve em “Memoryhouse” é guiado pelo minimalismo. Paisagens devastadas, geladas e monocromáticas pairam no ar das 18 faixas. A palavra-chave é ‘memória’: esta é uma obra que evoca um século XX europeu em estado de pós-guerra, repleto de fantasmas que ditam a vida dos sobreviventes. Chuva cai durante ‘November’. Um estertor de ‘voz’ a uivar sufoca em ‘Sarajevo’. Há um tecto de nuvens cor de chumbo que nunca levanta deste álbum, nem quando esporádicos loops rítmicos entram num frenesim larvar. Uma obra austera, pungente e invernosa, de um compositor de carreira ainda breve mas consistente.
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