1994

O meu ano de quase-pousio involuntário, entre uma tese de licenciatura feita, digamos, com calma, e trabalho zero. Vi os Nirvana em Cascais, fiz mosh e no dia seguinte cortei o cabelo. As bandas de electrónica dançável começavam a transição em massa das raves alimentadas a máxis para os álbuns - como se nota na lista abaixo. Hoje quase não mexeria na lista internacional. Até deixava ficar os Echobely e os Oasis. O único momento em-que-diabo-estava-eu-a-pensar é o álbum dos Stone Roses. Não haja meias palavras: Second Coming é uma merda, o concerto que cometeram dois anos depois em Vilar de Mouros foi uma merda, e mesmo o seu mítico primeiro álbum soa, a 19 anos de distância, uma coisa pobrezinha, deslavada e desesperadamente derivativa. A lista nacional é bem menos embaraçosa do que a de 93, mas também mais previsível. A verdadeira obra de mestre está no nº3; todos os outros estão perdidos algures na memória, e o nº10 é mais um caso de sobrevalorização à escala indie lusa.


1994 – INTERNACIONAL
1- Dubnonbasswithmyheadman – Underworld
2- His ‘n’ Hers – Pulp
3- Ill Communication – Beastie Boys
4- Dummy – Portishead
5- Protection – Massive Attack
6- Doggystyle – Snoop Doggy Dogg
7- MTV Unplugged in New York – Nirvana
8- Everyone’s Got One – Echobelly
9- Parklife – Blur
10- Haunted Dancehall – Sabres of Paradise
11- Second Coming – The Stone Roses
12- Snivilisation – Orbital
13- Definitely Maybe – Oasis
14- Headz – V.A.
15- Lifeforms – The Future Sound of London
16- International Times – Transglobal Underground
17- Mars Audiac Quintet – Stereolab
18- Selected Ambient Works Volume II – Aphex Twin
19- Dog Man Star – Suede
20- Musik – Plastikman


1994 – NACIONAL
1- O Espírito da Paz – Madredeus
2- Vénus em Chamas – Mão Morta
3- Viagens – Pedro Abrunhosa & Bandemónio
4- És Muita Linda – Ena Pá 2000
5- More Than 30 Motherf***s – Da Weasel
6- A Nova Portugalidade – U Nu
7- Todos os Dias… -- Amélia Muge
8- As Meninas Boas Vão para o Céu, as Más para Toda a Parte – Xana
9- Traz os Montes – Né Ladeiras
10- Teenage Drool – Tina and the Top Ten

Comentários

dj duck disse…
Em 94 já não suportava os Madredeus!
Unknown disse…
São duas boas listas.

Abraço,
VA
Jorge Lopes disse…
DJ Duck - O Espírito da Paz marcava uma evolução curiosa no som dos Madredeus. Já não é bem as homilias dos primeiros discos, e também ainda não passou para aquela suave aproximação ao Brasil dos discos finais.

Victor - Bons olhos te leiam. Não te sabia nos domínios blogosféricos - uma boa notícia escondida nos comentários :)). Abraço.
dj duck disse…
Evolução que infelizmente não continuou...Já agpra que caminhos podiam ter percorrido os Madredeus na tua opinião?
Abraço
dj duck
Jorge Lopes disse…
Com a saída de Teresa Salgueiro, um caminho interessante teria sido algo como um cruzamento da música contemporânea de câmara, tipo um avanço a partir da estética da Penguin Café Orchestra, com a incorporação de guitarra portuguesa, mais um ou outro instrumento tradicional fora do seu contexto e, se calhar, uns field recordings.

Obviamente, tal solução faria baixar drasticamente os admiradores e as vendas, mas deve ser por coisas destas que não sou manager nem trabalho em editoras. :))
dj duck disse…
E se tivessem apostado mais na electrónica?
Abraço
dj duck
Jorge Lopes disse…
Desconfio que descambaria em chillout/ downtempo para bar de hotel, como aconteceu naquele disco, Electronico.
dj duck disse…
E já agora não achas que as canções do 1ºaqlbúm da Xana podiam fazer parte do reportório dos Rádio Macau?
Abraço
dj duck listens to Hong Kong Garden by Siouxsie and The Banshees
Jorge Lopes disse…
Sinceramente, já não me lembro a que soa este disco da Xana. Mas recordo-me que um dos discos dela tinha uma secura (para não dizer aridez) que remetia mais para algumas coisas da PJ Harvey do que para a opulência pop dos Rádio Macau.

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