Prefab Sprout
(publicado em Outubro no Actual do Expresso)
Prefab Sprout
Let’s Change the World With Music
Kitchenware
Em 1993, e já sem o restante trio ou o influente produtor Thomas Dolby, o génio complicado de Paddy McAloon tirou sozinho da cartola este “Let’s Change the World With Music”, o álbum que devia ter sido o sucessor de “Jordan: The Comeback”, de 1990 – e é precisamente a essa sucessão que soa o disco enfim arrancado aos arquivos. Um disco onde McAloon procura “a transcendência através da música”, como explica num livreto onde sublinha o quanto do seu perfeccionismo e ambição paralisantes se fixam em Brian Wilson e nos seus “abismos subterrâneos de azul”. “Let’s Change…” faz-se de música concebida como gesto arrebatador e místico. Quatro das 11 faixas usam a palavra “music” no título, três empregam “love”, um par delas recorre a “God” e “gospel”. Uma foi acanhadamente intitulada ‘Earth: The Story So Far’. São canções que sabem de facto a 1993, sobretudo pela abundância de sons electrónicos que à época eram state of the art – e ainda bem que assim se desafia o anacronismo e sai-se vencedor. Paddy McAloon continua a lançar-se a cada canção como se ela fosse a derradeira, a apoteose da sua existência. O resultado é uma pop majestosa, doce, calorosa, exaltante, meticulosa. Jorge Manuel Lopes
Prefab Sprout
Let’s Change the World With Music
Kitchenware
Em 1993, e já sem o restante trio ou o influente produtor Thomas Dolby, o génio complicado de Paddy McAloon tirou sozinho da cartola este “Let’s Change the World With Music”, o álbum que devia ter sido o sucessor de “Jordan: The Comeback”, de 1990 – e é precisamente a essa sucessão que soa o disco enfim arrancado aos arquivos. Um disco onde McAloon procura “a transcendência através da música”, como explica num livreto onde sublinha o quanto do seu perfeccionismo e ambição paralisantes se fixam em Brian Wilson e nos seus “abismos subterrâneos de azul”. “Let’s Change…” faz-se de música concebida como gesto arrebatador e místico. Quatro das 11 faixas usam a palavra “music” no título, três empregam “love”, um par delas recorre a “God” e “gospel”. Uma foi acanhadamente intitulada ‘Earth: The Story So Far’. São canções que sabem de facto a 1993, sobretudo pela abundância de sons electrónicos que à época eram state of the art – e ainda bem que assim se desafia o anacronismo e sai-se vencedor. Paddy McAloon continua a lançar-se a cada canção como se ela fosse a derradeira, a apoteose da sua existência. O resultado é uma pop majestosa, doce, calorosa, exaltante, meticulosa. Jorge Manuel Lopes
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