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A mostrar mensagens de fevereiro, 2011

Pussy Power

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É isto, basicamente:

K. Michelle - "How Many Times"

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É isto, basicamente:

Gyptian - "Nah Let Go"

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Teedra Moses - "R U 4 Real"

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Margaret Atwood

Publicado na Time Out em Outubro de 2010: Órix e Crex **** Margaret Atwood Bertrand O Homem das Neves é um destroço vivo da civilização, uma relíquia num mundo pós-apocalíptico. Dantes, ele chamava-se Jimmy e vivia em evoluídas cidades-fortaleza, onde as experiências genéticas não conheciam limites. Para lá dos muros ficava a plebelândia, uma Nova Nova Iorque que tomou o lugar da antiga metrópole quando a subida dos mares engoliu vastas superfícies continentais. Como é hábito na sábia escrita de Margaret Atwood, as histórias de Jimmy e do Homem das Neves vão-se desenrolando alternadamente, correntes paralelas que se aproximam lentamente até um inevitável encontro nas últimas páginas. Este último homem dá por si como uma espécie de guru e intermediário divino de uma nova raça pós-humana de laboratório. Os crexianos são todos esculturais, não têm pêlos, exalam um aroma a citrinos, são vegetarianos e vivem até aos 30 anos. Foram criados por Crex, o melhor (e único) amigo de J

Lady Antebellum

Publicado na Time Out em Outubro de 2010: Lady Antebellum Need You Now Capitol/EMI ***** Quando se pensa que a fonte secou, o country a valer consegue sempre agarrar os estímulos musicais certos do presente e voltar a mostrar-se majestoso. Ultimamente, isso tem acontecido graças, sobretudo, à country pop de Taylor Swift, mas também dos Band Perry e dos Lady Antebellum, de Nashville. Factóide praticamente relevante: “antebellum” designa não apenas o período da história americana anterior à Guerra Civil mas também o estilo arquitectónico predominante no sul dos EUA nessa época; um estilo neoclássico, o que bate certo com o som que este trio faz. Need You Now é o seu segundo álbum e já vendeu nos EUA dois astronómicos (para os tempos actuais) milhões de exemplares. A edição posta à venda por cá é meio confusa, pois inclui duas faixas do álbum estreia, homónimo, de 2008. Directo ao assunto: Charles Kelley, Hillary Scott e Dave Haywood são excepcionais criadores de canções. Além

Seu Jorge

Publicado na Time Out em Outubro de 2010: Canções com cobertura Seu Jorge juntou-se ao trio Almaz e entregou mais um álbum de canções alheias, coisa com esqueleto rock chamada… Seu Jorge and Almaz. Umas versões são mais improváveis do que outras. No mês da apresentação no Coliseu, Jorge Manuel Lopes foi ouvir as diferenças entre algumas recriações e os originais e tirou notas “Errare Humanum Est” Às mãos de Jorge Ben, este tema de 1972 segue à letra a pergunta-verso repetida “Eram os deuses astronautas?”, construindo um tema denso mas aéreo, onde a voz progressivamente encharcada em eco e a entrada de uma frente unida de violinos encosta o tema ao psicadelismo. Seu Jorge deve ter achado que o tema aguenta bem a compactação (de seis para quatro minutos) e a redução do leque instrumental para as bases do rock. No papel a ideia não é promissora; na prática, isso projecta a voz mais agreste do Jorge mais novo para um nítido primeiro plano. “The Model” O monumento ao glamour mec

Lloyd Cole

Antevisão de concerto publicada na Time Out em Outubro de 2010: Lloyd Cole Small Ensemble Casa da Música – Sala Suggia A grande virtude de Lloyd Cole é que todas as suas canções, das mais embaladas por uma brisa melódica às mais românticas, das mais urbanas às mais bucólicas, provêm da mesma fonte pop-rock clássica. Uma fonte na qual é difícil mexer sem soar redundante – mas Lloyd Cole consegue. A forma como ele se foi apagando do mainstream a partir dos anos 90, depois de uma entrada em cena fulgurante com temas como “Perfect Skin” e “My Bag”, pareceu descabida, mas não há disco dele nestes 26 anos que mereça ir parar às lojas de refugo. Mas há sinais que o seu percurso está numa curva ascensional. Uma curva suave, mas uma curva na direcção certa. Broken Record, o óptimo álbum agora publicado e que interrompe quatro anos de ausência de material novo, tem sido encarado como o regresso de um venerável cantautor. Agora, Lloyd Cole retorna a este país e ocupa por uma noite a sala ma

Tindersticks

Antevisão de concertos publicada na Time Out em Outubro de 2010: Tindersticks Coliseu Há por cá um tique de pedantismo típico de recém-ex-pobre que consiste em escarnecer das bandas estrangeiras (e respectivos fãs) que, face ao sucesso alcançado nos palcos, tops e rádio, passam a visitar-nos com frequência. Os enfadados raramente justificam a atitude com a perda de qualidades das bandas – é a familiaridade, e quase só a familiaridade, que lhes mexe com os nervos. Enquanto isso, o resto da população continua a comprar os discos, a encher os concertos e a borrifar-se para a impaciência de quem quer decretar o que é ou não é trendy. Tal como outros infelizes contemplados, os Tindersticks não merecem este tratamento caricatural, mas também manda a verdade que se diga que os encómios que receberam durante a etapa dos anos 90 da sua carreira foram excessivos. A voz de Stuart Staples é um instrumento carismático mas de tonalidades limitadas e, a médio prazo, cansativo; e apesar da inter

Bright Light Bright Light - "How to Make a Heart"

How To Make A Heart from Bright Light Bright Light on Vimeo .

Nicole Scherzinger - "Don't Hold Your Breath"

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The Psychedelic Furs

Antevisão de concerto publicada na Time Out em Outubro de 2010: The Psychedelic Furs Teatro Sá da Bandeira Era uma vez uma banda inglesa liderada por um tipo bem-parecido chamado Richard Butler, um cantor com as maçãs do rosto e os cabelos loiros eriçados certos para vir a ser estrela rock. Esta banda nasceu no cone de ar criado pelo punk e pelo pós-punk, mas não precisou de muito tempo para perceber que detinha umas certas qualidades que, com sorte e jeito, permitir-lhes-ia transcender lugares, estilos e públicos. Entre essas qualidades destacavam-se: um jeito para um dramatismo pop tingido de negro (uma cor traiçoeira e que, empregue na dose errada, poderia tê-los empurrado para o circo gótico dos Bauhaus); um gosto pela sofisticação; e uma certa vontade de não estacionar no mesmo lugar musical por muito tempo. Quando deram por ela, o seu rock de vistas largas e bons acabamentos tinha o FM americano na mão, e em 1986 a cor que se lhes associa muda dramaticamente quando “Pretty

Robert Plant

Publicado na Time Out em Setembro de 2010: Robert Plant Band of Joy Decca/Universal *** Nem uma força da natureza rock como Robert Plant parece escapar a uma premissa fatal: um disco de versões pode dar brilho aos mais puros dotes de interpretação dos recriadores e mostrar ângulos inesperados de material já conhecido, mas o valor de uma canção é o valor de uma canção. E o valor das canções de Band of Joy, álbum desenterrado de uma América longínqua e sem arranha-céus, é desigual. O início promete, com “Angel Dance”, um tema de Los Lobos, a que se segue o momento mais alto do álbum, na forma de “House of Cards”, de Richard e Linda Thompson, entregue com densidade instrumental, eloquência e minúcia. Neste par de temas, mas também no instante rock soprado directamente dos anos 50 chamado “You Can’t Buy My Love” e na única faixa inédita do disco, “Central Two-O-Nine” (country-folk-blues ameaçador, tradicionalíssimo), escutam-se formas de contornar outro problema de Band of Joy: a

Orchestral Manoeuvres in the Dark

Publicado na Time Out em Setembro de 2010: Orchestral Manoeuvres in the Dark History of Modern 100%/Edel *** History of Modern flutua pela música pop dos anos 80 e 90, regressando a lugares pelos quais os Orchestral Manoeuvres in the Dark já haviam passado. Mas enquanto na primeira metade dos 80s o grupo de Andy McCluskey e do regressado Paul Humphreys estava ligado a algo em convulsão que marcava o tempo, já a existência nos 90s mostrou um grupo tentando adaptar a sua synthpop a novas circunstâncias, compensando a falha no brilhantismo com um saber-fazer profissional. A voz de McCluskey continua a ser, com frequência, a cereja no topo de densos bolos feitos de paroxismos melódicos em cima de paroxismos melódicos. É uma das idiossincrasias dos OMD, ao lado de um baralhar de classicismo com modernismo. Além das linhas limpas e geométricas e das cores fortes da estupenda capa desenhada por Peter Saville, o melhor de History of Modern acontece quando a intensidade pop tem de con

Odiamos

Publicado na Time Out Porto em Outubro de 2010: Odiamos O cheiro das composições do metro Ponto prévio: é preciso ter batido com a cabeça numa esquina (metafórica ou nem tanto) para que se tenha razões de queixa substanciais em relação ao Metro do Porto. Ainda não chega a todos recantos do distrito? É verdade. Pertence a uma empresa que não faz ideia como se soletra a palavra “lucro”? Seja, mas que se lixe isso quando ao menos presta um serviço público a valer. Tudo seria perfeito, não fosse o cheiro com que a natureza “abençoou” aquelas composições modernas, silenciosas, amplas e cheias de luz natural. Já reparou? É um cheiro de difícil definição, subtil mas enjoativo, igualzinho ao que há muito assola o Alfa Pendular, e tende a fazer misérias ao fígado de quem o detecta. Será dos materiais? Será dos produtos com que limpam aquilo? Graças a deus pelas viagens curtas e pela profusão de estações que obrigam as portas a abrirem-se constantemente, deixando correr o ar. Durante os me

Hurts

Publicado na Time Out em Setembro de 2010: Hurts Happiness Major Label/Sony **** Num tempo em que a nefasta radiação indie emitida pelo eixo Pitchfork/ Animal Collective/ M.I.A. parece ser levada mesmo a sério, os fatos e os penteados rigorosos da dupla Hurts são mais do que imprescindíveis. Os Hurts são Adam Anderson e Theo Hutchcraft, vêm de Manchester e, no departamento geográfico, são os que melhor ilustraram, desde Movement dos New Order, todo o esplendor monocromático e austero de uma cidade que a dupla descreve como “promissora e desolada”. Happiness tem vários momentos que mostram no que daria um casamento dos Depeche Mode (DM) com os Take That pós-2006, como ”Silver Lining” e “Better Than Love”; e não será o gospel sci-fi de “Stay” o que os DM andam a fazer num mundo paralelo onde Vince Clarke não abandonou o grupo em 1981 para formar os Yazoo e, depois, os Erasure? Além disso, este álbum funciona como uma pequena e simbólica vingança do micro-movimento romo que ten
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