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A mostrar mensagens de 2011

Laura Marling - "Sophia"

Lana Del Rey - "Video Games"

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Who Says You're Not Perfect?

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Hoje, na Time Out Lisboa, digo coisas elogiosas acerca de In Your Dreams de Stevie Nicks. Hoje também é um bom dia para ouvir o muito interessante When the Sun Goes Down de Selena Gomez & The Scene, de onde consta Who Says:

Juntos em Sonhos Eléctricos

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De Janeiro a Junho, estes foram os discos novos que soaram melhor do que os outros. (Ainda não ouvi o da Beyoncé, dos Cars, Roxette, David Sylvian, Africa HiTech, Jhené Aiko, Wiley, Blondie, Jill Scott, Pitbull, Gillian Welch e Teairra Mari.) Os dois primeiros são os melhores de todos, os restantes não seguem nenhuma ordem. Femme Fatale - Britney Spears Born This Way - Lady Gaga All You Need Is Now - Duran Duran In Your Dreams - Stevie Nicks Collapse Into Now - R.E.M. So Beautiful or So What - Paul Simon Bible Eyes - Egyptrixx Space Is Only Noise - Nicolas Jaar Let England Shake - PJ Harvey On a Mission - Katy B MIrrorwriting - Jamie Woon The Most Incredible Thing - Pet Shop Boys Director´s Cut - Kate Bush I Remember Me - Jennifer Hudson I Am the Dance Commander & I Command You to Dance: The Remix Album - Ke$ha Late Nights & Early Mornings - Marsha Ambrosius A Grounding in Numbers - Van Der Graaf Generator Love Love Vs Hate Love - Diddy Dirty Money Prelude

No Lies, No Wrong

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No Expresso de amanhã há antevisões minhas do Super Bock Super Rock, do Marés Vivas e do último dia do Optimus Alive. Continuam em banca, viçosas, a Time Out Porto de Julho com um rôr de prosas penetrantes deste vosso; e a Blitz, onde se pode ler a minha mini-tese sobre Lady Gaga. Façam por ir de fim-de-semana com esta preciosa ideia central:

Tall Buildings Reach Up in Vain

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Na Time Out Lisboa desta semana, desde hoje nas bancas, escrevo sobre Lifelines, o novo e tocante álbum de Andrea Corr, o segundo longe dos Corrs. É um disco de versões, onde está esta versão de "Tinseltown in the Rain" dos Blue Nile. A voz secundária neste tema é da muito estimável Sinéad O'Connor:

You Need Some Rest My Darling

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Amanhã, no Atual do Expresso, há texto meu sobre o Optimus Alive, o Delta Tejo e o Cascais CoolJazzFest. A Time Out Porto de Julho está nas bancas desde ontem e traz textos meus sobre o imenso David Guetta (a propósito da Nova Era Beach Party), críticas a Jamie Woon, Sade e Os Tornados, e uma entrevista francamente avantajada com o Wilson, o homem que põe um P maiúsculo em Porteiro. A mini-prosa sobre o EP d'Os Tornados também aparece na Time Out Lisboa desta semana. ...E depois há a minha espécie de ensaio sobre Lady Gaga, que se pode ler na Blitz deste mês. Duas canções bestiais para o fim-de-semana que, por mais uma maravilha do acaso, chegam quase ao mesmo tempo:
Receando que pouco ou nada há da década de 90 sobre a qual tenha escrito na altura e de que ainda goste hoje em dia (o que percebe se disser que à época escrevi pouco sobre música de dança, jungle, r&b, hip-hop ou pop mainstream, e muito sobre "rock" "alternativo"), fui ouvir isto e isto Ambos sobreviveram. Tal como este blogue.
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Maceo Plex - "Vibe Your Love"

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Skream - "Where You Should Be"

Outside the Box, o álbum de 2010 de onde esta canção hi-tech, tépida e gasosa saiu, não foi devidamente valorizado, pois não? Terá sido culpa dos Magnetic Man? É pena, mas é coisa que se resolve com facilidade.

Scritti Politti - "A Day Late and a Dollar Short"

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Milagrosamente a milhas e milhas de distância da ameaça de retorno ao pós-punk do último álbum de originais, felizmente de novo na rota das produções imaculadas de meados de 80 e dos 90s, mais suplemento robótico club-pop muito 2011. Hoje é um bom dia.

June Tabor - "Shipbuilding"

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Roland Appel - "Fleurs du Mal"

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Nostalgia 77 ft. Josa Peit - "Cherry"

08 Cherry www.pinboardblog.com by PinBoardBlog.com

Katy B - "Broken Record"

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KING - The Story EP

KING-The Story EP by weareKINGworldwide Este é um trio de Los Angeles. Dos melhores nomes novos que ouvi nos últimos tempos. Synth-soul psicadélica, Paisley Park remontado, peça a peça, na Califórnia.

George Michael - "True Faith"

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Absolutamente brilhante. A juntar ao lote das versões que, no mínimo dos mínimos, estão ao nível dos originais (o ficheiro sonoro é fraquito e inclui a voz de um animador radiofónico no final).

Evirgen - "Totem 2"

No futuro imediato, este blogue permanecerá no regime de serviços mínimos, mostrando música bestial, nova ou nem tanto, sem os habituas comentários. Se houver por aí paciência, uma dose dela seria neste momento bem-vinda. Naquela cena de a vida ser como os interruptores, é adequado dizer que, neste momento, ele está decididamente para baixo.

Willow Smith - "21st Century Girl"

Jamie Woon - "Lady Luck"

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É isto, basicamente:

Anna Calvi

Toda a verdade sobre o primeiro hype idiota do ano (correcção: segundo, logo após James Blake, e imediatamente antes - receio meu - do Tyler não sei quê e daquilo do Odd Future), nas palavras de Simon Price: It's the sort of showy shtick you'd expect from someone busking at Covent Garden, fighting with the silver-painted statue mimes for tourists' spare change. Instead, she's somehow been hand-picked by Interpol, Arctic Monkeys and Nick Cave as a support act, received the patronage of Gucci, Vogue and Lagerfeld (those cheekbones probably helped), and been described by none other than Brian Eno as "the biggest thing since Patti Smith". Citação tirada daqui . Mas Brian Eno tem uma certa razão: pode-se perfeitamente metê-la no mesmo saco de Patti Smith e despachar ambas para o esquecimento. E não há como negar que ela e os nomes que a têm escolhido para concerto de abertura foram feitos uns para os outros.

Oh Land - "Wolf & I"

Black Rose - "Anthem"

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Pussy Power

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É isto, basicamente:

K. Michelle - "How Many Times"

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É isto, basicamente:

Gyptian - "Nah Let Go"

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Teedra Moses - "R U 4 Real"

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É isto, basicamente:

Margaret Atwood

Publicado na Time Out em Outubro de 2010: Órix e Crex **** Margaret Atwood Bertrand O Homem das Neves é um destroço vivo da civilização, uma relíquia num mundo pós-apocalíptico. Dantes, ele chamava-se Jimmy e vivia em evoluídas cidades-fortaleza, onde as experiências genéticas não conheciam limites. Para lá dos muros ficava a plebelândia, uma Nova Nova Iorque que tomou o lugar da antiga metrópole quando a subida dos mares engoliu vastas superfícies continentais. Como é hábito na sábia escrita de Margaret Atwood, as histórias de Jimmy e do Homem das Neves vão-se desenrolando alternadamente, correntes paralelas que se aproximam lentamente até um inevitável encontro nas últimas páginas. Este último homem dá por si como uma espécie de guru e intermediário divino de uma nova raça pós-humana de laboratório. Os crexianos são todos esculturais, não têm pêlos, exalam um aroma a citrinos, são vegetarianos e vivem até aos 30 anos. Foram criados por Crex, o melhor (e único) amigo de J

Lady Antebellum

Publicado na Time Out em Outubro de 2010: Lady Antebellum Need You Now Capitol/EMI ***** Quando se pensa que a fonte secou, o country a valer consegue sempre agarrar os estímulos musicais certos do presente e voltar a mostrar-se majestoso. Ultimamente, isso tem acontecido graças, sobretudo, à country pop de Taylor Swift, mas também dos Band Perry e dos Lady Antebellum, de Nashville. Factóide praticamente relevante: “antebellum” designa não apenas o período da história americana anterior à Guerra Civil mas também o estilo arquitectónico predominante no sul dos EUA nessa época; um estilo neoclássico, o que bate certo com o som que este trio faz. Need You Now é o seu segundo álbum e já vendeu nos EUA dois astronómicos (para os tempos actuais) milhões de exemplares. A edição posta à venda por cá é meio confusa, pois inclui duas faixas do álbum estreia, homónimo, de 2008. Directo ao assunto: Charles Kelley, Hillary Scott e Dave Haywood são excepcionais criadores de canções. Além

Seu Jorge

Publicado na Time Out em Outubro de 2010: Canções com cobertura Seu Jorge juntou-se ao trio Almaz e entregou mais um álbum de canções alheias, coisa com esqueleto rock chamada… Seu Jorge and Almaz. Umas versões são mais improváveis do que outras. No mês da apresentação no Coliseu, Jorge Manuel Lopes foi ouvir as diferenças entre algumas recriações e os originais e tirou notas “Errare Humanum Est” Às mãos de Jorge Ben, este tema de 1972 segue à letra a pergunta-verso repetida “Eram os deuses astronautas?”, construindo um tema denso mas aéreo, onde a voz progressivamente encharcada em eco e a entrada de uma frente unida de violinos encosta o tema ao psicadelismo. Seu Jorge deve ter achado que o tema aguenta bem a compactação (de seis para quatro minutos) e a redução do leque instrumental para as bases do rock. No papel a ideia não é promissora; na prática, isso projecta a voz mais agreste do Jorge mais novo para um nítido primeiro plano. “The Model” O monumento ao glamour mec

Lloyd Cole

Antevisão de concerto publicada na Time Out em Outubro de 2010: Lloyd Cole Small Ensemble Casa da Música – Sala Suggia A grande virtude de Lloyd Cole é que todas as suas canções, das mais embaladas por uma brisa melódica às mais românticas, das mais urbanas às mais bucólicas, provêm da mesma fonte pop-rock clássica. Uma fonte na qual é difícil mexer sem soar redundante – mas Lloyd Cole consegue. A forma como ele se foi apagando do mainstream a partir dos anos 90, depois de uma entrada em cena fulgurante com temas como “Perfect Skin” e “My Bag”, pareceu descabida, mas não há disco dele nestes 26 anos que mereça ir parar às lojas de refugo. Mas há sinais que o seu percurso está numa curva ascensional. Uma curva suave, mas uma curva na direcção certa. Broken Record, o óptimo álbum agora publicado e que interrompe quatro anos de ausência de material novo, tem sido encarado como o regresso de um venerável cantautor. Agora, Lloyd Cole retorna a este país e ocupa por uma noite a sala ma

Tindersticks

Antevisão de concertos publicada na Time Out em Outubro de 2010: Tindersticks Coliseu Há por cá um tique de pedantismo típico de recém-ex-pobre que consiste em escarnecer das bandas estrangeiras (e respectivos fãs) que, face ao sucesso alcançado nos palcos, tops e rádio, passam a visitar-nos com frequência. Os enfadados raramente justificam a atitude com a perda de qualidades das bandas – é a familiaridade, e quase só a familiaridade, que lhes mexe com os nervos. Enquanto isso, o resto da população continua a comprar os discos, a encher os concertos e a borrifar-se para a impaciência de quem quer decretar o que é ou não é trendy. Tal como outros infelizes contemplados, os Tindersticks não merecem este tratamento caricatural, mas também manda a verdade que se diga que os encómios que receberam durante a etapa dos anos 90 da sua carreira foram excessivos. A voz de Stuart Staples é um instrumento carismático mas de tonalidades limitadas e, a médio prazo, cansativo; e apesar da inter

Bright Light Bright Light - "How to Make a Heart"

How To Make A Heart from Bright Light Bright Light on Vimeo .

Nicole Scherzinger - "Don't Hold Your Breath"

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É isto, basicamente:

The Psychedelic Furs

Antevisão de concerto publicada na Time Out em Outubro de 2010: The Psychedelic Furs Teatro Sá da Bandeira Era uma vez uma banda inglesa liderada por um tipo bem-parecido chamado Richard Butler, um cantor com as maçãs do rosto e os cabelos loiros eriçados certos para vir a ser estrela rock. Esta banda nasceu no cone de ar criado pelo punk e pelo pós-punk, mas não precisou de muito tempo para perceber que detinha umas certas qualidades que, com sorte e jeito, permitir-lhes-ia transcender lugares, estilos e públicos. Entre essas qualidades destacavam-se: um jeito para um dramatismo pop tingido de negro (uma cor traiçoeira e que, empregue na dose errada, poderia tê-los empurrado para o circo gótico dos Bauhaus); um gosto pela sofisticação; e uma certa vontade de não estacionar no mesmo lugar musical por muito tempo. Quando deram por ela, o seu rock de vistas largas e bons acabamentos tinha o FM americano na mão, e em 1986 a cor que se lhes associa muda dramaticamente quando “Pretty

Robert Plant

Publicado na Time Out em Setembro de 2010: Robert Plant Band of Joy Decca/Universal *** Nem uma força da natureza rock como Robert Plant parece escapar a uma premissa fatal: um disco de versões pode dar brilho aos mais puros dotes de interpretação dos recriadores e mostrar ângulos inesperados de material já conhecido, mas o valor de uma canção é o valor de uma canção. E o valor das canções de Band of Joy, álbum desenterrado de uma América longínqua e sem arranha-céus, é desigual. O início promete, com “Angel Dance”, um tema de Los Lobos, a que se segue o momento mais alto do álbum, na forma de “House of Cards”, de Richard e Linda Thompson, entregue com densidade instrumental, eloquência e minúcia. Neste par de temas, mas também no instante rock soprado directamente dos anos 50 chamado “You Can’t Buy My Love” e na única faixa inédita do disco, “Central Two-O-Nine” (country-folk-blues ameaçador, tradicionalíssimo), escutam-se formas de contornar outro problema de Band of Joy: a

Orchestral Manoeuvres in the Dark

Publicado na Time Out em Setembro de 2010: Orchestral Manoeuvres in the Dark History of Modern 100%/Edel *** History of Modern flutua pela música pop dos anos 80 e 90, regressando a lugares pelos quais os Orchestral Manoeuvres in the Dark já haviam passado. Mas enquanto na primeira metade dos 80s o grupo de Andy McCluskey e do regressado Paul Humphreys estava ligado a algo em convulsão que marcava o tempo, já a existência nos 90s mostrou um grupo tentando adaptar a sua synthpop a novas circunstâncias, compensando a falha no brilhantismo com um saber-fazer profissional. A voz de McCluskey continua a ser, com frequência, a cereja no topo de densos bolos feitos de paroxismos melódicos em cima de paroxismos melódicos. É uma das idiossincrasias dos OMD, ao lado de um baralhar de classicismo com modernismo. Além das linhas limpas e geométricas e das cores fortes da estupenda capa desenhada por Peter Saville, o melhor de History of Modern acontece quando a intensidade pop tem de con

Odiamos

Publicado na Time Out Porto em Outubro de 2010: Odiamos O cheiro das composições do metro Ponto prévio: é preciso ter batido com a cabeça numa esquina (metafórica ou nem tanto) para que se tenha razões de queixa substanciais em relação ao Metro do Porto. Ainda não chega a todos recantos do distrito? É verdade. Pertence a uma empresa que não faz ideia como se soletra a palavra “lucro”? Seja, mas que se lixe isso quando ao menos presta um serviço público a valer. Tudo seria perfeito, não fosse o cheiro com que a natureza “abençoou” aquelas composições modernas, silenciosas, amplas e cheias de luz natural. Já reparou? É um cheiro de difícil definição, subtil mas enjoativo, igualzinho ao que há muito assola o Alfa Pendular, e tende a fazer misérias ao fígado de quem o detecta. Será dos materiais? Será dos produtos com que limpam aquilo? Graças a deus pelas viagens curtas e pela profusão de estações que obrigam as portas a abrirem-se constantemente, deixando correr o ar. Durante os me

Hurts

Publicado na Time Out em Setembro de 2010: Hurts Happiness Major Label/Sony **** Num tempo em que a nefasta radiação indie emitida pelo eixo Pitchfork/ Animal Collective/ M.I.A. parece ser levada mesmo a sério, os fatos e os penteados rigorosos da dupla Hurts são mais do que imprescindíveis. Os Hurts são Adam Anderson e Theo Hutchcraft, vêm de Manchester e, no departamento geográfico, são os que melhor ilustraram, desde Movement dos New Order, todo o esplendor monocromático e austero de uma cidade que a dupla descreve como “promissora e desolada”. Happiness tem vários momentos que mostram no que daria um casamento dos Depeche Mode (DM) com os Take That pós-2006, como ”Silver Lining” e “Better Than Love”; e não será o gospel sci-fi de “Stay” o que os DM andam a fazer num mundo paralelo onde Vince Clarke não abandonou o grupo em 1981 para formar os Yazoo e, depois, os Erasure? Além disso, este álbum funciona como uma pequena e simbólica vingança do micro-movimento romo que ten
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É isto, basicamente:

Taio Cruz ft. Kylie Minogue - "Higher"

As linhas aéreas KM acolhem um novo passageiro. O refrão lembra a frescura do tempo, há uma década, em que os Daft Punk sabiam o que era pop. (A versão com Travie McCoy no lugar de Kylie também é bem decente, embora peque por não ter Kylie.)

The Detroit Experiment - "Think Twice (Henrik Schwarz Remix)"

Em teoria, soa a um pesadelo novas tendências - quarto mundo - pastelão house fusionista dos anos 90/00 com um cartaz muito grande a dizer "PARA GENTE LITERATA E COM BOM GOSTO MAS QUE, HEY, TAMBÉM GOSTA DE DANÇAR". Em teoria soa a um pesadelo dessa ordem, dizia, mas o nervo do ritmo, o piano à beira de um ataque de nervos ao largo de Cuba, a agitação avícola dos violinos e o monólogo da trompete, festivo e enérgico e nada preocupado com a retenção anal cool, dão por completo a volta à situação.

Dev ft. The Cataracs - "Bass Down Low"

Da escola Far East Movement, directamente da universidade The Black Eyed Peas, com umas cadeiras Ke$ha e Lady Gaga concluídas com distinção. A liberdade é um clube nocturno. A emancipação feminina no seu melhor. Isto não poderia ter sido feito em 1965, 1975, 1985 ou 1995 - o que é um elogio faraónico mas merecido.

2010 @ Expresso

A minha lista dos discos do ano e o meu texto sobre 2010 para o Atual do Expresso. 1-Love King – The-Dream (Def Jam) 2-Speak Now – Taylor Swift (Big Machine/Universal) 3-Flesh Tone – Kelis (will.i.am/Universal) 4-Soldier of Love – Sade (RCA/Sony) 5-Need You Now – Lady Antebellum (Capitol/EMI) 6-The Sun Comes Out – Shakira (Epic/Sony) 7-Olympia – Bryan Ferry (Virgin/EMI) 8-It’s Barbie Bitch! – Nicki Minaj (NYC Street Entertainment) 9-What’s the 901? – K. Michelle (mixtape) 10-Loud – Rihanna (Def Jam/Universal) O ano foi especial para a country pop FM graças a Taylor Swift e aos Lady Antibellum. O ano correu de feição a veteranos que sabem dosear frescura e classicismo com extrema precisão: Sade, Bryan Ferry, Paul Weller. O ano foi francamente brilhante para o r&b e o hip-hop – Nicki Minaj, K. Michelle, Ciara, Jazmine Sullivan, Rihanna e Ne-Yo, é favor levantarem-se. O ano gerou um daqueles raros discos nacionais (o dos Expensive Soul) debruçado para o mundo. O ano refor

Wretch 32 ft. L - "Traktor"

Estão a ver, é perfeitamente possível fazer uma canção vertiginosa e de ar ameaçador e sexy como o caraças e, ainda assim, saber o que fazer com e o lugar certo para colocar uma voz que tem um bocado de personalidade e quase zero de potência.

Ladytron - "Ace of Hz"

Eles sempre tiveram uma certa queda (ou destino) para serem promessas nunca inteiramente cumpridas. Se houvesse no seu arquivo mais umas dez ou 15 canções como a remistura carnal que Tiësto lhes fez para "Ace of Hz" (de longe a melhor das três versões aqui linkadas), estar-se-ia agora a falar da super-liga das bandas disco-pop gélido. Mas ainda vão a tempo.

Orange Caramel - "A~ing♡"

Uma virtuosíssima e espectacularmente acelerada conversa coral sobre a cultura pop (musical, visual, literária). O seu lado juvenil é estranho e sedutor e perturbante - provavelmente os sentimentos de um ocidental quando alguém lá da Coreia do Sul devolve o nosso património devidamente assimilado, adaptado, transfigurado. Fascinante.

Meek Mill ft. Chic Raw - "Gasoline"

Um carrilhão em acção, uma batida de dinamite de eclosão ao retardador e uma excelente e elástica voz que, por qualquer razão (a claridade da dicção?), me lembra Eminem.

Julio Bashmore - "Battle for Middle You"

Que se fornique o grunge e o shoegaze - a primeira metade dos anos 90 valeu muito mais por causa da música que lançou os carris onde "Battle for Middle You" corre. Ali entre o hardcore-a-chegar-ao-jungle, o tecno para pistas gigantes e o house com licra. E como corre.

Creep - "Days"

Synthpop fantasmagórica que não podia ter sido feita antes dos Knife e de Fever Ray. Parece que quem canta é a rapariga que também canta nos XX. Quem diria, alguma coisa de jeito (ou seja, que não soa a uma maqueta de 1984 de uma banda indie portuguesa) a vir lá dos lados dos XX...? (Por falar em coisas de jeito vindas dos lados dos XX: as reviravoltas que Jamie XX deu ao último de Gil Scott-Heron, embora meritórias, provam que é quase impossível fazer milagres com canções-base que são flat as a pancake, coroadas por uma voz que, infelizmente, já deu o que tinha a dar.)

Ruby Goe - "Encore"

Encore by rubygoe Aquilo a que uma pessoa gostava que os Gossip soassem - isto é, uma voz poderosa e uma produção que faz uma espécie de rock digital 2.0, sem vestígios de indie ou de "autenticidade" soul dos anos 1960.

2010 @ Flur

A minha lista e os meus comentários do balanço de 2010, publicados na newsletter da Flur. DISCOS: The-Dream "Love King" Taylor Swift "Speak Now" Kelis "Flesh Tone" Sade "Soldier Of Love" Lady Antebellum "Need You Now" COISAS: As manifestações estudantis em Londres: um enorme sinal de esperança, por uma geração que fez o que tinha a fazer: não esperou pelos sindicatos e partidos esclerosados e lutou (luta) pelos seus direitos; A confirmação que, por cá e não só, e mesmo num mundo onde o capitalismo selvagem treme como varas verdes, bancos e corporações continuam a estar acima das obrigações legais e/ou morais que se aplicam às pessoas de quem eles, no final do dia, dependem; O ressurgimento dos dementes que governam a Coreia do Norte; O crime ecológico no Golfo do México; A continua e admirável sobrevivência de um oásis de civilização (Israel), contra muito e contra muitos. 2010: O ano teria sido bem mais pobre

Babs Bunny ft. Ebony Eyez & Na'Tee - "The Last of the Best"

Elas acharam que valia a pena voltar a espremer os urros e os breakbeats de James Brown, mas desta vez envoltos pelo pingar frio do grime. Fizeram bem. É gente com garra.

Villa ft. The New Sins - "Beats of Love"

Synthpop branca de jeito, mais empenhada e menos afectada - uma (aparente) raridade nestes dias.

Skream & Example - "Shot Yourself in the Foot Again"

Já o disse uma ou dez vezes, mas digo-o outra vez: se é para acabar, que seja a dançar, com ou sem lágrimas nos olhos.

Algo que Deve Ser Evitado

Perde-se muito tempo com e discute-se demasiado sobre uma coisa que não tem (não devia ter) puto de interesse. Eis como Keith Richards despacha a religião na autobiografia Life : "There's nobody in my family that ever had anything to do with organized religion. None of them. I had a grandfather who was a red-blooded socialist, as was my grandmother. And the church, organized religion, was something to be avoided. Nobody minded what Christ said, nobody said there wasn't a God or anything like that, but stay away from organizations. Priests would be considered with much suspicion. See a bloke in a black frock, cross the road. Mind out for the Catholics, they're even dodgier. They had no time for it. Thank God, otherwise Sundays would have been even more boring than they were. We never went to church, never knew where it was." Keith Richards é ainda maior do que eu imaginava. (E, pela descrição, ainda teve a sorte de não lidar com o flagelo islâmico, que deve ser

Echo Park - "Can't Help It"

CAN'T HELP IT by ECHO PARK Algures no Chile, alguém parece ter percebido como pegar no testemunho dos Scritti Politti, reforçar a frente negra e juntar um pouco de auto-tune. Se não for um tongue in cheek indie pós-moderno (não parece), merece palmas.

Tye Tribbett - "Fresh"

O YouTube informa que esta canção chegou lá em Agosto. Claramente, alguém se esqueceu de me avisar. Tinha sido extremamente adequada para a estada da família JML em Vilamoura. Agora soa a uma memória de um facto passado que, na verdade, não se experimentou. Pura hauntologia, é o que vos digo.

Cypress Hill ft. Pitbull & Marc Anthony - "Armada Latina"

Se me dissessem que, no virar de 2010 para 2011, viria a escutar a melhor (porque totalmente latina, porque a menos ganzada e anasalada que lhes conheço) canção de sempre dos Cypress Hill; e se também me dissessem que isso seria obtido em parte graças a um precioso ovo de Colombo de sample de Crosby, Stills & Nash; se me dissessem tudo isto, dir-lhes-ia para se tratarem. Agora já não digo quase mais nada - só que Pitbull e Marc Anthony são os únicos que não espantam, porque são mesmo bons.

Lil Wayne ft. Cory Gunz - "6 Foot 7 Foot"

Dois fulanos numa competição para ver quem é o mais o lunático, quem detona a frase mais demente (com garra e estilo, claro), quem finta o imponente e hipnótico esqueleto instrumental.

Coati Mundi - "Bundas Bom"

Bundas Bom by Coati Mundi Um tipo que foi dos maravilhosos Coconuts de Kid Creole não era exactamente a pessoa de quem esperava uma canção a rondar o brilhantismo em 2010. Nocturna, tribal, sexy, vagamente house, vagamente exotica, num português destrambelhado que aqui faz todo o sentido. E as palmas, as palmas.

Jeremih ft. 50 Cent - "Down on Me"

É a canção mais low-key em que 50 Cent alguma vez meteu corpo e voz. É uma faceta que ele devia, em definitivo, explorar com mais frequência.