Jorge Manuel Lopes, jornalista de artes e lifestyle
Taylor Swift - "Mine"
Obter link
Facebook
Twitter
Pinterest
Email
Outras aplicações
-
Claro que faltava esta. Tão evocativa, tão imagética que me seca as palavras. Dá para ouvir dias inteiros. (Nota mais ou menos lateral: os Fleetwood Mac são dos principais vencedores das escaramuças dos anos 1970.)
Acho que ponho ao lado dos Fleetwood Mac no mesmo sentido em que poria os 30 Seconds To Mars ao lado dos King Crimson. A única palavra com que concordo dessa descrição é "seca"!
O único patamar em que pode fazer sentido falar em vitória pírrica é no departamento das narinas destroçadas (cocaína oblige) e, eventualmente, no dos relacionamentos desfeitos. Venderam milhões atrás de milhões de discos e conseguiram ser famosos e amplamente estimados e influentes naquele tempo e neste tempo.
Foste logo escolher o ângulo pelo qual faz menos sentido. É que olhar para a história dessa forma faz com que se esqueçam dois pormenores importantes:
a) Todos eles estão hoje vivos e de relativa saúde, quanto mais não seja porque conseguiram vencer os vícios; b) Se é verdade que os relacionamentos amorosos não recuperaram, todos eles (talvez à exceção da Christine Perfect-McVie) conseguiram pôr todos os rancores para trás das costas o suficiente para que, entretanto, houvessem mais dois álbuns da formação mais famosa da banda no mercado e consequentes digressões.
Se alguma coisa, permite-me não só discordar em tudo o resto do que dizes, como inclusive adiantar que a perspetiva de vitória pírrica se justifica muito mais em pleno noutros campos. Para já, se houve coisa que os Fleetwood Mac não tiveram durante uns bons anos foi respeito crítico na esfera pública - não só a indie, é bom desde logo dizê-lo. Assim de repente, diria que seguirem um disco efetivamente corajoso como o Tusk com dois (Mirage e Tango in the Night) que, mal ou bem, se limitavam a soar atualizações de circunstância à fórmula Fleetwood Mac/Rumours não ajudou propriamente à festa - e nem sequer queiramos gastar discurso sobre o Behind the Mask e o Time. E se a questão da influência deles nem sequer se põe, duas perguntas impõem-se deixar, por enquanto, no ar: quanta dessa descendência é realmente importante/relevante/digna de nota/etc.; e quanta dessa descendência desenvolveu, ela própria, as mesmas propriedades.
2017 acaba num lugar muito diferente, para melhor e para pior, daquele em que começou. Resolução para 2018, na verdade já em vigor: ouvir e ler menos para ouvir e ler melhor. Um bom 2018 para tod@s. 1 - Lust for Life - Lana Del Rey 2 - Sweet Sexy Savage - Kehlani 3 - Async - Ryuichi Sakamoto 4 - Accelerate - Serge Beynaud 5 - El Dorado - Shakira 6 - Strength of a Woman - Mary J Blige 7 - War & Leisure - Miguel 8 - I See You - The xx 9 - UKG - t q d 10 - Semper Femina - Laura Marling 11 - Wrangled - Angaleena Presley 12 - GBMV2 - Cardi B 13 - Black Ken - Lil B 14 - Pop 2 - Charli XCX 15 - Our Point of View - Blue Note All-Stars 16 - DAMN. - Kendrick Lamar 17 - Far from Over- Vijay Iyer Sextet 18 - Love in Time of Madness - José James 19 - Orelha Negra - Orelha Negra 20 - Ctrl - SZA
Comentários
Acho que ponho ao lado dos Fleetwood Mac no mesmo sentido em que poria os 30 Seconds To Mars ao lado dos King Crimson. A única palavra com que concordo dessa descrição é "seca"!
a) Todos eles estão hoje vivos e de relativa saúde, quanto mais não seja porque conseguiram vencer os vícios;
b) Se é verdade que os relacionamentos amorosos não recuperaram, todos eles (talvez à exceção da Christine Perfect-McVie) conseguiram pôr todos os rancores para trás das costas o suficiente para que, entretanto, houvessem mais dois álbuns da formação mais famosa da banda no mercado e consequentes digressões.
Se alguma coisa, permite-me não só discordar em tudo o resto do que dizes, como inclusive adiantar que a perspetiva de vitória pírrica se justifica muito mais em pleno noutros campos. Para já, se houve coisa que os Fleetwood Mac não tiveram durante uns bons anos foi respeito crítico na esfera pública - não só a indie, é bom desde logo dizê-lo. Assim de repente, diria que seguirem um disco efetivamente corajoso como o Tusk com dois (Mirage e Tango in the Night) que, mal ou bem, se limitavam a soar atualizações de circunstância à fórmula Fleetwood Mac/Rumours não ajudou propriamente à festa - e nem sequer queiramos gastar discurso sobre o Behind the Mask e o Time. E se a questão da influência deles nem sequer se põe, duas perguntas impõem-se deixar, por enquanto, no ar: quanta dessa descendência é realmente importante/relevante/digna de nota/etc.; e quanta dessa descendência desenvolveu, ela própria, as mesmas propriedades.