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A mostrar mensagens de setembro, 2010

George Michael - "I Want Your Sex (Freemasons Vocal Club Mix)"

Uma confluência de algumas das melhores coisas que 1987 e 2010 têm - o funk democratizado e promíscuo propagado por Prince, e euro-house-tecno-pop reluzente - numa suite em três movimentos, protagonizada por três vultos.

Duck Sauce - "Barbra Streisand"

Coisa mai' linda, esta saída da cabeça de A-Trak e do praticamente-deus Armand Van Helden. A gente ouve e vê isto e chega à conclusão que 1 - Nova Iorque é que é (quer dizer, já se sabia, mas pronto); 2 - logo, esta canção podia chamar-se "Empire State of Mind Pt.2" e; 3 - o melhor do big beat (um desvairado e positivo espírito de diversão) ainda vive, acasalado com house e o disco-sound.

Velour - "She Wore Velour"

...E este é o último piso, 500 metros acima do solo, com vista panorâmica sobre cidade e o mar. Acomodem-se e peçam o quiserem. Vou providenciar a alteração das luzes para água-marinha.

O Bom Papel

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Em Setembro de 2010, o que há de melhor para ler em papel impresso é isto: Mas isto também costuma ter o seu interesse:

Cousin Fik - "Kaboom (How the Beat Go)"

Na minha cabeça, esta canção com-tudo-no-sítio faz curto-circuito com 99 Problems de Jay-Z, mas é possível que seja mesmo apenas na minha cabeça. E o cavalheiro que rappa tem mais do que jeito para ir longe.

My Chemical Romance - "Na Na Na"

Acho que nunca os tinha ouvido antes (quer dizer, obviamente que sei quem são, mas se já me passaram pelos ouvidos não deixaram rasto), mas se houver mais destas em arquivo (desconfio que não, mas apenas porque pérolas destas não brotam com frequência) podem ter conquistado um adepto. É uma canção de três minutos que, na verdade, parece ter apenas um minuto e meio. É state of the art e state of the nation. É, na descrição exacta que me trouxe até esta canção , o nonsense politizado dos Manic Street Preachers entregue num mundo pós-Lady Gaga. E assim fica preenchida a minha quota de rock para os próximos meses.

Trey Songz ft. Nicki Minaj - "Bottoms Up"

2:44 > 3:36. Esqueçam o resto.

Bodyspace

O Bodyspace queria saber o que eu andava a ouvir, e eu disse-lhes .

Camané - "A Guerra das Rosas"

As interpretações são impecáveis, mas aqui a letra é a delícia principal. Do rol de vinganças e torturas, quer-me parecer que a mais cruel é, de longe, aquela de apagar o romance de amor da memória do computador no dia em que ele devia chegar ao editor. Suponho que o arrepio seja mais agudo para quem escreve por ofício.

Nicki Minaj - "Right Through Me"

Bom, ela é Nicki Minaj, e ela é suficientemente boa para que ser-Nicki- Minaj seja uma cláusula automática de salvaguarda qualitativa. Mas ela já fez melhor do que isto, não fez? "Right Through Me" é a sequência sonora exacta de "Your Love". Que colecção estranha, esta que começa a formar-se. Os castelos electrónicos encobrem parcialmente a performance de NM - porque é que alguém faria uma coisa dessas conscientemente?

Diamond - "Lotta Money"

Gangsta rap feminista e anticapitalista. Ao que este mundo chegou.

Selena Gomez & The Scene - "A Year Without Rain"

...Ou então, plano b (ver tema abaixo): "There's gonna be a monsoon and you'll get back to me." Uma monção é suficiente?

3OH!3 - "Double Vision"

Uma canção que monta uma fachada eufórica totalmente credível para lidar com um tipo de fim. Mil vezes assim do que, sei lá, os Radiohead.

Soulja Boy - "Pretty Boy Swag"

Atenção. Que. Eles. Vão. Rappar. De. Uma. Forma. Muito. Pausada. Para. Que. Ninguém. Fique. Na. Ignorância. Em. Relação. Ao. Teor. Divertidamente. Escabroso. Dos. Versos.

Clare Maguire - "Ain't Nobody (Breakage Remix)"

Como melhorar consideravelmente um tema original pelas artes insondáveis da remistura, parte 23781. Aqui, a lentidão é uma virtude. O ritmo é o de alguém a afiar uma faca - lá está - metódica, repetida e pausadamente.

Ne-Yo - "Champagne Life"

Não se chama génio a ninguém por dá-cá-aquela-canção-magistral, mas começa a dar vontade de começar a pensar em chamar génio a Ne-Yo. Se fosse preciso alguém para ocupar um vazio com a forma de Michael Jackson, era falar com ele, mas neste pedaço reluzente de r&b midtempo também fico a pensar em Alexander O'Neil (na introdução falada) e, errr, nos Prefab Sprout (pelo modo como a melodia se eleva para um sítio com sol no fim do refrão)- mas pode ser só feitio geracional. E a batida incorpora algo parecido com o martelar de uma máquina de escrever.

El-B - "Dash"

É dubstep numa praia de uma república centro-americana, arrelia o ouvinte com n falsas paragens, e plantou no seu percurso breves passeios melódicos por casas dos espelhos em decomposição.

Joe McElderry - "Ambitions"

Ele ficou conhecido por ter vencido um concurso britânico de cantores-imitadores e por não ter chegado ao primeiro lugar do top de singles no Natal de 2009 graças a uma campanha "subversiva" que lá colocou o imbecilóide "Killing in the Name of" de um bando qualquer de macacos. Ainda bem que ele teve tempo para gravar este fantabulástico "Ambitions" (é ouvir a versão original, dos Donkeyboy, e perceber o quanto o tema ganhou com a limpeza dos vestígios indie levada a cabo pela equipa JMcE). Do refrão para baixo, é tudo um esplendor pop. "If somebody is going to make it, then this somebody ought to be you". Oh, a ironia.

Nelly - "Just a Dream"

Nelly, um exímio criador de pop europeia com aroma urbano americano.

Fantasia - "Man of the House (Back to Me)"

O som do ficheiro é mauzinho, mas dá para perceber que se está a ouvir uma bomba r&b. Tradução: se não te desemerdas, desemerdo-me eu sozinha.

Tensnake - "Coma Cat"

Uma longa viagem que, não sei se por culpa de algum curto circuito na minha cabeça ou se por um efectivo sinal dos tempos, volta a remeter(-me) para as pistas de dança na transição dos anos 1980 para 90. O fantasma do deep house paira sobre este tema, não paira? Mais um certo tom latino? (PS - As melhoras para o gato.)

Castro ft. Asamoah Gyan - "African Girls"

Os surtos de falseto mediados por autotune são assustadores - no bom sentido. Bela aliança sonora afro-jamaicana.

Willow Smith - "Whip My Hair"

Beyoncé e Justin (Bieber): tenham cuidado. Se esta miúda tiver mais obras primas como esta em carteira, e com a voz incrível que o pai e mãe lhe deram, vai ser vê-la a ultrapassar-vos pela esquerda que nem, errr, gente grande.

Carlos Santana ft. Nas - "Back in Black"

Isto tinha baixas probabilidades de bater certo, mas bate. É uma improvável história heróica. Quase que descamba para o funk-rap-rock mas depressa dá a volta. A guitarra de Santana decide, sensatamente, ser outra coisa que não uma unidade de produção industrial de riffs. Há teclados e, sobretudo, um mar luxuriante de percussão por toda a parte - é o melhor desta versão. Até o ex-sr. Kelis, o elo mais fraco disto tudo, faz o que tem a fazer sem mexer com os nervos. Um sucesso.

Benny Ill Vs. J. King - "Kosmic 78"

No futuro, selvas tropicais flutuarão, sem presença humana, pelo cosmos. Com música como esta saindo das árvores e do chão. Dubstep que deve ter escutado os Future Sound of London.

The Bug - "Catch a Fire"

Como se o trip-hop não tivesse morrido mas apenas virado no beco errado, tomado químicos mais danosos e virado um corpo dormente.

Magnetic Man ft. Katy B - "Perfect Stranger"

Magnetic Man - Perfect Stranger (f/ Katy B) (Video) from Adrien Picard on Vimeo . Se é para barafustar contra excessos de autoridade e vídeovigilância, então que se faças isso com híbridos decentes de pop, r&b, dubstep e drum 'n' bass com o este. Vídeo invulgar. Canção saída de um disco que pode vir a ter a sua graça.

Hot City - "Twist"

Espera lá, estamos de regresso a 1991? Com a vantagem de ser um 1991 sem Primal Screams, MBVs, Nirvanas & etc? Será isto house-rap com calções de licra?

Far East Movement - "Like a G6"

Não totalmente da escola de hip-hop hiperfuturista transgénico erigida pelos Black Eyed Peas mas, no mínimo, do quarteirão adjacente. Cereja no topo: o anti-refrão, cuja voz deixa a coluna feita em gelatina explosiva. Francamente hipnotizante.

Griminal - "Supa Dupa"

Em que espécie de planeta pateta é que uma canção destas não pode ser um sucesso?

Devlin ft. Yasmin - "Runaway"

Começa por parecer "She's Leaving Home" devolvida do outro lado do espelho. Depois parece que as implicações da fuga são maiores, mais duras, ainda mais simbólicas (o papel da crise do sistema capitalista nos versos é grande ou nem por isso?). No fim (pelo menos, no fim do vídeo) fica a pensar-se que, na volta, era só uma vontade geral de desabafar. But nevertheless. Ah, e o rapper é excelente.

Le Kid - "We Should Go Home Together"

Abba Abba Hey! Ou: Os Cinco Vão de Férias no Veleiro do Papá do David. Ou: Nenhuma casa é eterna.

Coisas Com as Quais Não Imaginava Concordar Há Apenas Uns Dois Anos Mas que Agora Subscrevo - Parte 1

"The history that music criticism constantly refers back to is both narrow and inaccurate, warped by gender/race/class/lifestyle values that it mostly still doesn’t own up to. I see no value in picking up any of its bullshit received wisdom; pretty much every bad piece of criticism I come across is actually a direct consequence of people buying into that received wisdom, “haphazardly picking up information” second hand and passing it off in order to “pass” as a member of some sort of imagined music crit inner circle. Bullllllshit! I still resent the brief period (about 6-9 months, in my first year of university) during which I attempted to do exactly that, in the misguided notion that I had to cleave to certain opinions and values in order to “present” myself as someone who was permitted to talk and write about music. The very last thing anyone should be doing is allowing themselves to be socialised by the culture of music criticism." (palavras de Alex Macpherson, tiradas d

Kid Sister - "Big n Bad"

Que bela embrulhada de canção. Avança a passo suspeito filtrado do dubstep; é abençoada por uma voz r&b + hip-hop confiante até mais não; leva alfinetadas de sintetizadores como se viesse do livro de estilo de Will.I.Am; e depois mergulha de cabeça naquele espantoso refrão com sample dos Yazoo. Não há do que não gostar.

Ahu - "To: Love."

To: Love. by Ahu Esta canção tem muitas cores dentro. Se os Junior Boys tivessem 20 anos. A voz passa ao longe mas é clara. O piano contrapõe, nervoso, ainda mais distante.

Kanye West, Jay-Z, Rick Ross, Bon Iver, Nicki Minaj - "Monster"

Bom esforço rapaziada, mas a Nicki Minaj come-vos a todos de cebolada. Limpinho. Sem espinhas. Vós ainda estais na linha de partida e ela já dá a volta de consagração. Eu cá aplaudo. De pé. Puro génio.

Katy B - "Katy on a Mission"

É um hino. É uma canção pop que também é dubstep. É uma canção com Benga e Geeneus por trás. Tudo nela puxa o tapete que vibra sob os pés do ouvinte - mas puxa-o o lentamente. Tão lentamente que uma pessoa tinha tempo para fugir. Tinha tempo para fugir, mas não seria a mesma coisa.

Alesha - "Drummer Boy (Benny Benassi Remix)"

Alesha - Drummer Boy by aleshadixon A cabeça autoproclama-se região autónoma e vai à sua vida, aos círculos. Tão bom como o original, e com a sua própria personalidade. As outras três remisturas também merecem viver.