É Privatizá-los

Fui obrigado a entregar alguns minutos da minha vida à música dos National. Nos encontros anteriores, que por motivos de saúde não duraram mais do que uns segundos, tinham-me parecido uns Tindersticks de quarta categoria ("Tindersticks de quarta categoria" é todo um quadro Boschiano que arrepia só de se pensar nisso). Agora que lhes escutei uma mão cheia de canções, adquiri algo que anda quase nas imediações da admiração: deve ser árduo manter aquele ar profissionalmente mal disposto, monocromático, """"""profundo"""""", tabágico, solene-mas-com-pinta-pseudocasual durante uma carreira inteira. Tudo isto sem fazer qualquer coisa remotamente parecida com canções de jeito. E, ainda assim, chegar ao terceiro lugar do top de vendas nacional (é o que diz na Wikipedia).

Comentários

Gravilha disse…
:)
em relação aos National a minha opinião é quase oposta à tua, como deves imaginar, e até acho que há algum optimismo nas letras do ultimo album e que, à parte o timbre da voz, eles são completamente diferentes dos Tindersticks e que fazem optimas canções, algumas delas geniais.
Mas gostei do post, estou farto de me rir (com a desgraça alheia) :)
Jorge Lopes disse…
Pois, o que eu queria dizer no post era precisamente que a minha impressão inicial de afinidade com os Tindersticks não era muito exacta. De qualquer das formas, é o tipo de som, de imaginário e de universo do qual não tenho o mais remoto interesse em (re)aproximar-me.

(Estava a escrever isto e a pensar que a próxima grande limpeza de discos cá de casa deverá contemplar a discografia completa dos Radiohead.)

(Entretanto, já está quase a sair o álbum dos Hurts. Ora aí está uma coisa sobre a qual, na volta, ainda conseguimos concordar. :-)))
Anónimo disse…
É seguramente a minha leitura preferida sobre The National, de sempre.
Só não é o melhor post do mês, porque o começaste com o The-Dream. ehe
Astral

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