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A mostrar mensagens de março, 2006

Synapse

Revista de música electrónica dos 1970s que alguém teve a ideia inestimável de começar a scannar e publicar, número a número, página a página. Sounds good, looks good. Até pode ser que, hey!, alguém (eu incluído) leia alguma coisa.

Blitz 1117

Desde ontem nas bancas: > Artigo/crítica à volta de 3121 de Prince .

Burial

Martin Clark entrevista Burial sobre o seu primeiro álbum, homónimo, a sair em Maio pela Hyperdub. A certa altura dizem isto, e isto é precioso, certeiro, bang on the money, etc: B: There’s no ‘musicianship’ in my sound, that’s the enemy of my tunes. Fuck Rhodes chords, fuck that noodle stuff. There’s been a lot of times when producers I’ve liked have gone all ‘musician’ on me and just produced shit, not underground. M: It’s the difference between some ruff Rodney Jerkins or Timbaland production of Destiny’s Child – which is this perfect balance between sweet and sour, hard and soft, male and female – and then hearing Destiny’s Child live in a stadium backed by a session band complete with some fat drummer with too many 80s toms, a poodle-rock guitar player and some jazz-y keyboard player drawing for the presets. B: Fuck that. If my tunes sounded like Herbalizer or some shit, I’d shoot myself. I’d throw myself under a train at Clapham Junction.

Spin

O pedaço de esterco que se segue é a ignição deste tópico do I Love Music . Partindo do príncípio que não se trata de uma partida (o conteúdo é demasiado assustadoramente realista...), deve representar não só o afundamento definitivo de uma revista que chegou a ser sublime nos 1990s e no início desta década, mas que já há alguns anos que andava meio perdida; como também simboliza o cadáver em que a imprensa musical para um público alargado se está a converter vertiginosamente nos EUA e no Reino Unido. Este é um memorando interno que o novo director da Spin, o britânico Andy Pemberton, primeiro director da Blender, fez circular com as novas regras para a secção de críticas discográficas da revista. É só imprimir, afixar na parede e fazer exactamente o contrário. subject: Important: Changes at Spin Hi everyone, First of all, I just want to thank all of you for working with me this past year. You're an incredibly talented group of writers, and I feel both lucky and proud to work with

Blitz 1116

Hoje nas bancas: > Dossiê sobre a compilação Revistados 25-06, incluindo: - Entrevista com Rui Reininho - Artigo sobre a génese do CD - Crítica faixa-a-faixa (o texto é omisso em relação à nota; para quem se interesse assim tanto por números, saiba que a minha dita cuja pontuação é de 5/10) (Os textos têm umas quantas gralhas. Desculpas e etc.) > Crítica a The Very Best of Japan .

Nina Hagen

Originalmente publicado no extinto Fundo de Catálogo no Blitz em Agosto de 2003. fundo de catálogo nina hagen nunsexmunkrock CBS, 1982 Alinhamento: Antiworld; Smack Jack; Taitschi-Tarot; Dread Love; Future Is Now; Born in Xixax; Iki Maska; Dr. Art; Cosma Shiva; UFO Produção: Mike Thorne Jorge Manuel Lopes Em 1981, ao quarto mês da gravidez da sua filha, Cosma Shiva, Nina Hagen diz que viu um ovni. Talvez por isso, ou talvez não, pouco tempo depois nasceria, entre Los Angeles e Nova Iorque, um disco ovni de uma intérprete ovni. Na capa desse disco, NunSexMonkRock, Nina Hagen é uma santa de lábios e unhas pintados de vermelho vivo, e ampara Cosma Shiva como o fruto de uma maculada concepção. Nina Hagen nasceu em 1955 no que foi a República Democrática Alemã. Andou pelos filmes, teve aulas de canto e fez-se provocadora antes de se mudar para a Alemanha Ocidental em 77, onde formou a Nina Hagen Band e abanou o país à força de punk pouco convencional. Despediu a banda ao fim de dois álbuns,

The Orb

Originalmente publicado no extinto Fundo de Catálogo no Blitz em Maio ou Junho de 2003. THE ORB «THE ORB’S ADVENTURES BEYOND THE ULTRAWORLD» Island, 1991 Em 1991, aconteceu um esforço não concertado para produzir um número anormalmente elevado de discos excepcionais. Como «Loveless», dos My Bloody Valentine. Ou «Blue Lines», dos Massive Attack. Ou «Nevermind», dos Nirvana. Ou «Screamadelica», dos Primal Scream. Momento maior da ascensão de uma banda rock a um céu extasiado, «Screamadelica» tem como uma das duas peças centrais (a outra é «Loaded») um estremecimento em dois actos chamado «Higher Than the Sun». O primeiro acto é produzido pelos Orb, nome que tem servido a Dr. Alex Patterson para dar passeios siderais em boa e diversa companhia. Uns meses antes de «Screamadelica», os Orb haviam concretizado um registo de estreia que atava ideias dispersas por formatos mais pequenos e tratava de actualizar, para a idade das raves e da paixão química-electrónica, a ideia do mega-álbum concep

Blitz 1115

Hoje nas bancas: > Crítica a Beautiful Intentions de Melanie C . > Crítica a The Sound of Revenge de Chamilliomaire .

Duran Duran

Originalmente publicado no extinto Fundo de Catálogo no Blitz em Janeiro de 2003. DURAN DURAN «RIO» EMI, 1982 «The sun slips down bedding heavy behind/ The front of your dress all shadowy lined/ And the droning engine throbs in time/ With your beating heart.» 1982 foi um bom ano para a pop que se quer do lado escondido da elegância, isto é, perturbada pelas peças que não encaixam da excentricidade em vários estados de desarranjo e/ou depuração. É verdade que, sobretudo em retrospectiva, já se pressentia no álbum homónimo de estreia dos Duran Duran, em 1981, a ligação à ambiguidade glam-chic transposta (também) para som dos Roxy Music, mas é sobretudo com «Rio», ainda por cima publicado quase em simultâneo com «Avalon», o derradeiro registo de originais da banda de Brian Ferry, que a herança, radicalmente actualizada, melhor se evidencia. Depois de, no ano anterior, terem ajudado a lançar o movimento neo-romântico/ futurista para o estrelato e para a dianteira das correntes estéticas da

1989

Um ano resumiu-se simbolicamente num mesmo dia ou em dias contíguos de Junho. Andei à procura da Escola Superior de Jornalismo no Porto. Conhecia não muito do Porto, menos ainda da Avenida da Boavista. Comecei a procurá-la, à Escola, a pé (não fosse escapar-me algo...), junto ao Hospital Militar. Acabei vários quilómetros depois, ainda a pé. O curso de Verão para lá entrar e os primeiros meses de universidade trouxeram a mudança de ares necessária para reter o módico de sanidade mental exigível nesse ano medonho, o primeiro de três que mudaram bastantes coisas, se calhar quase tudo. Nesse mesmo dia de Junho, ou num dia contíguo, comprei o meu disco número 100 (sim, numerava-os e etiquetava-os) - The Cure, Disintegration. Poucos anos depois roubaram-mo (o desgraçado que mo levou, a esse e a mais uns quantos, a título de empréstimo, fez deles dinheiro e do dinheiro veneno para as veias; o desgraçado já morreu). Disintegration é um espelho tão rigoroso do meu 1989 que passaram muitos anos

Three 6 Mafia

É uma mensagem três-em-um. Para chamar a atenção para este texto de Hua Hsu que situa os Three 6 Mafia como percursores do crunk em pleno início dos anos 1990. Para celebrar a justíssima conquista no último domingo do Oscar para melhor canção por It's Hard Out Here for a Pimp, do filme Hustle & Flow (e a passagem deles pelo palco para receber a estatueta foi de looooooooonge a mais entusiasmada, numa cerimónia apagada e onde o humor glaciar de Jon Stewart tornou a coisa ainda mais bizarra - na altura JS disse, e bem, que os T6M pareciam até aí os únicos genuinamente felizes por receber o Oscar). E para chamar a atenção para a óptima revista virtual homónima ligada à loja online de mp3 nova-iorquina eMusic (já na lista das ligações aqui à esquerda, mais umas quantas coisas que foram acrescentadas nas últimas semanas). A revista parece constar de uma série de críticas em destaque de discos em stock e, crucialmente, de colunas que estimulam a relação de cumplicidade entre os adept

Expresso 1741

No Actual desta semana, hoje nas bancas: > Futuros totalmente dedicado a This Is My Demo de Sway .

Jane Siberry

Originalmente publicado no extinto Fundo de Catálogo no Blitz em Julho de 2002. FUNDO DE CATÁLOGO JANE SIBERRY «BOUND BY THE BEAUTY» Duke Street, 1989 Proveniente de Toronto, Canadá, onde nasceu em 1955, Jane Siberry completou um curso de microbiologia enquanto dava os primeiros passos musicais em pequenos palcos. As gorjetas recebidas enquanto empregada de mesa financiaram um primeiro disco, em 1981, a que se seguiu uma frutuosa ligação à Warner, quebrada em meados dos anos 90, optando desde então pela edição de autor e gestão das actividades a partir da internet. «Bound by the Beauty» amacia as arestas espalhadas por gravações anteriores e confirma Jane Siberry como uma das melhores escritoras de canções dos últimos 25 anos. Bastava reparar na sua poesia, imprevisível e transparente, onde monólogos sinuosos coexistem com as mais ascéticas e imponderáveis observações, para lhe atribuir tal estatuto, mas o que Jane faz vai muito, muito além disso. Há a voz, que se desmonta em múltiplos

Patrick Cowley

Originalmente publicado no extinto Fundo de Catálogo no Blitz em Abril de 2002. PATRICK COWLEY «MEGATRON MAN» Megatone Records, 1982 Na alvorada dos anos 80, «Megatron Man», o tema, parecia ter descoberto o segredo da ubiquidade. Dos programas de êxitos às emissões desportivas, não havia rádio que não encontrasse utilidade para a mais conhecida criação de Patrick Cowley. Ao mesmo tempo que a pop trilhava caminhos futuristas com os Duran Duran, Human League, Visage ou Ultravox, Cowley ajudava a descobrir ousadas soluções de evolução para um disco-sound já em nítida dissolução da frescura. O nome? Hi-NRG. Antes de encetar uma carreira a solo, Patrick Cowley passara os últimos anos da década de 70 a refinar a aplicação da electrónica à música de dança como membro da banda de Sylvester. A autonomia chega em 1981, com a criação, em São Francisco, da Megatone Records, onde lança uma fugaz sucessão de enormes e irresistíveis sucessos nas pistas de dança e no éter. As seis faixas de «Megatron

Alexander O'Neil

Versão integral do texto que inaugurou a extinta secção Fundo de Catálogo no Blitz em Março de 2002. ALEXANDER O’NEIL «HEARSAY» Tabu Records, 1987 Em 1987, proceder à manutenção e evolução do formato soul não era exactamente uma tarefa prioritária. Para quê perder tempo com um género aparentemente gasto, numa altura em que Prince marcava o apogeu (dele, e da música popular na década de 80), com «Sign O’ the Times», em que Miles Davis voltara a rimar com a modernidade nos sofisticados «You’re Under Arrest» e «Tutu», em que os Cameo traziam o electro-funk de George Clinton para o seio da pop, e quando o hip-hop começava a transformar inquietação e violência em arte via Public Enemy e, um ano depois, N. W. A., sem esquecer as inovações de Mantronix? Numa altura em que a soul equivalia a pouco mais do que arranjos pegajosos e provas de esforço vocais, dois registos marcaram um claro sinal de resistência. Um ano antes, Anita Baker reinventara o classicismo do género em formato mais contempl

Blitz 1114

Hoje nas bancas: > Reportagem do Fantasporto a meias com o Sérgio Gomes da Costa. > Crítica a Falésia de Phoebus . > Crítica conjunta a Nação Hip-Hop 2006 e a Rádio Sóhiphop Vol.1. > Crítica a Greatest Hits From the Bong dos Cypress Hill . > Mini-artigo sobre o livro Gil em Verso, recolha da poesia para música de Gilberto Gil organizada por Manuel Jorge Marmelo.