Mensagens

A mostrar mensagens de dezembro, 2005

Listas

Talvez venha a publicar por aqui algo parecido com lista-balanço musical de 2005 algures em Janeiro. Ou Fevereiro. Ou Março. Até lá, e além dos votos para as listas do Blitz, há uma selecção sumariamente comentada de discos e outras coisas que deixaram marca positiva neste vosso criado ao longo do ano, a sair na mailing lust da Flur de hoje, sexta 30. (A facção Major Eléctrico lá da casa deu finalmente vida ao seu blog, de que não encontro agora o endereço - diferentes computadores, etc. - mas que aqui colocarei logo que possível.) [ACTUALIZAÇÃO: Eis o endereço Major Eléctrico .]

Penman versus Morley

Uma razão viva porque The Pill Box e o seu autor faziam tanta, tanta falta.

Purga

É o que Simon Reynolds está a fazer à sua colecção de artefactos sonoros, no momento em que cumpre 20 anos de actividade escrita profissional. Um problema mais ou menos comum a todos os que vivem com música constantemente na cabeça. Curiosamente, e salvo óbvias diferenças (abissais, presumo) de escala, é exactamente algo de muito parecido que ando a ganhar coragem para fazer num futuro muito, muito próximo. Também por questões de espaço e porque, quando olho para as prateleiras e armários carregados de plástico, é gritantemente óbvio que não há vida (em quantidade e qualidade) que chegue para considerar com seriedade a hipótese de voltar a ouvir muitos, muitos, muitos destes discos (uma lógica que estou igualmente a aplicar aos jornais e revistas que já estão espalhados por três casas). E mais outra coincidência: é também pelo lado do pós-rock americano, bizarrias experimentais digitais e hip-hop que o meu espólio deve levar corte mais radical. Tendo ultimamente a concordar cada vez ma

Aerial

Observação divertidamente oblíqua de Simon Reynolds ao novo de Kate Bush. Bastante mais perto da minha opinião (é difícil passar por cima da sonoridade anacrónica e do tom meio new-age dos dois discos)do que muitas das notáveis e tiunfais prosas sobre o assunto.

Ainda Mais Pryor

Elogio fúnebre de Greg Tate no Village Voice. Com esta ideia perturbante, porventura batida pela nostalgia mas certeira qb, para reflexão: «We're smarter about money, careers, and lawyers now thanks to Pryor and Ali, who not only raised the price tag on performative Black culture but rendered unto it the currency it has today. What's been lost in the Faustian nigga bargain is that fearless, breakneck do- or-die-for-the-art-and-The-People ethic Pryor and Miles and Nina and Jimi and Marvin brought to the Culture—that quality of tortured, intrepid, and successful Black genius looking into an abyss that winked back before they laughed, then leaped into that mother, spearfishing for pearls. Lauryn Hill, D'Angelo, and Dave Chappelle are as gifted, charismatic, and sharp as any who've come before, but you get the sense they'd all rather just be crazy than be the kind of crazy about your art that has you drop a That Nigger's Crazy, Bicentennial Nigger, Is It Something

Paul Auster

Recensão no Village Voice a The Brooklyn Follies.

RIAA

Não é por acaso que os métodos de "protecção" dos direitos autorais da associação americana da indústria discográfica se assemelham ao cripto-fascismo da administração Bush. A juntar à ideia mentecapta, já anunciada em jornais, de se começar a policiar a net à caça de bandidos que disponbilizem letras e pautas de canções. Por este andar, daqui a pouco será preciso ter uma licença especial emitida pelo FBI para dizer e escrever o nome de artistas e de canções na praça pública.

Cylinder Preservation and Digitization Project

A Universidade da Califórnia em Santa Bárbara tem um Departamento de Colecções Especiais que tratou do armazenamento e digitalização de mais de cinco mil gravações sonoras/musicais em cilindro do início do século XX. O cilindro foi o primeiro suporte físico musical com distribuição comercial. No site do CPaDP está disponível para audição gratuita e descarregamento uma parte significativa desta colecção, que pode ser acedida por motor de busca ou sintonizando o Cylinder Radio em live stream. Isto é de um valor absolutamente incalculável.

O Porto Passa o Ano em Festa

No comunicado distribuído à comunicação social vem escrito que é uma iniciativa da Câmara Municipal do Porto com produção da Culturporto. Como se pode ler no cabeçalho do mesmo comunicado, a Culturporto é financiada pela Câmara Municipal do Porto. Ou seja, é financiada por todos os que pagam impostos, por todos os que vivem e/ou trabalham no Porto. A 31 de Dezembro, a Câmara Municipal do Porto vai pagar/caucionar uma festa de passagem do ano gratuita na Praça D. João I com os Água na Boca e Quim Barreiros.

Decência

Retirado da mailing lust semanal da Flur : (...) num fórum futebolístico da sport tv participou uma senhora com problemas na ligação por cabo: "eu queria ver se vinha cá um técnico para nos arranjar isto mas não consigo falar com ninguém porque tá tudo gravado e a gente não sabe, não pode dizer o que é que precisa e eu queria ver se por intermédio... se vocês podiam dar um jeitinho aí para que eles mandassem um técnico cá para me arranjarem a sport tv" sport tv: "fica o seu apelo, obviamente que compreendemos a sua situação mas obviamente que o fórum não é o local indicado para podermos fazer isso..." senhora: "eu também sei isso, mas porque é que não têm pessoas a atender as pessoas? porque nós pagamos muito, estamos a pagar muito e temos menos canais e às vezes param, não consigo ver nada, e a gente telefona telefone telefona e tá tudo gravado, a gente não tem com quem falar" sport tv: "muito bem maria, fica então esse seu apelo para a sua situação,

Mais Pryor

Notável biografia de Hilton Als publicada originalmente em 1999 em The New Yorker e repescada a propósito do falecimento de Richard Franklin Lennox Thomas Pryor the Third.

Blitz 1104

Hoje nas bancas: Cantinho Luso com Frango e DJ Tilt.

Pet Shop Boys

O Popjustice já tem Fundamental, e se eles dizem que é o melhor desde Very é porque deve ser o melhor desde Very. Alinhamento aqui , euforia aqui .

Portugal

O país em três partes certeiras em três peças no Público de sábado 24. José Manuel Fernandes e o «escândalo» das apostas presidenciais («É que apostas sobre eleições é coisa que não falta por aí, cá ou lá fora, razão por que ninguém parece estar incomodado na Suécia ou nos Estados Unidos (países seguramente mais atrasados do que Portugal) por na Betandwin também se poder apostar sobre os processos eleitorais aí a decorrer. De onde se conclui que, se o ridículo matasse, estávamos todos no cemitério.»). Amílcar Correia e a greve dos funcionários da recolha do lixo no Porto («Acossado por uma nova paralisação e pelos consequentes transtornos na cidade, a câmara fez uma fuga para a frente e tem tentado remeter a resolução do conflito para o Governo. Como se a autarquia não tivesse responsabilidade na gestação do confronto com os seus funcionários. Tal como habitualmente, Rui Rio afirma que a culpa é do Governo, à semelhança dos episódios do Túnel de Ceuta.»). Vasco Pulido Valente e o «resp

2005 @ The Church of Me

Exceptuando o já aqui celebrado Blackdown , Marcello Carlin fez o único balanço discográfico do ano que inspira, faz puxar pelo bloco de apontamentos e baralha pela quantidade de coisas de aparente valor que, apesar do mais desmedido esforço, não se conseguiu nem se vai conseguir ouvir ou prestar atenção suficiente. Está aqui, é treslocadamente imprescindível, e tem o mesmo peso de referência em 2005 que o Melody Maker teve entre entre 87 e 97, que The Wire teve entre 93 e 95, e que as emissões online de Simon Reynolds vão tendo desde 97.

Derek Bailey

Improvisou a morte em Londres no dia de Natal.

Bono

Não seria difícil imaginar tópicos mais estimulantes para permitir que Paul Morley mostrasse como há muitas formas de escrever um vasto híbrido entrevista/perfil/reportagem, mas isto que vem no geralmente geriátrico Observer Music Monthly é uma prova de vida da fuga à formatação jornalística em vigor (e uma lembrança de como há vinte e tal anos este tipo de escrita, além de bem mais corrente e «tolerado», era encarado pelos mais optimistas como um ponto criativo sem retorno - excesso de optimismo, como estes tempos tristemente confirmam a cada instante). Mesmo com o embrulhar do vocalista dos U2 num empilhar de atributos que lhe confere uma aura quase celestial...

1986

Uma Primavera sem fim > Blitz > Se7e > Uma tarde acidentalmente alcoolizada no sótão de uma casa nova > Idílio proto-rockabilly na Escola Secundária de Valadares > Era suposto teres beijado a miúda nos bancos de trás do autocarro alugado no regresso do passeio da escola > Curso pop/rock/bizarro instantâneo via Music Box > Chocolates Bounty > Ouvir o Som da Frente a partir da 1h00 e até onde o sono deixasse > Comprar o single dos Mler Ife Dada na Tubitek no último dia do ano Prémios da Crítica 1986: Álbuns/Internacional 1 – Parade – Prince and the Revolution 2 – The Queen Is Dead – The Smiths 3 – Brotherhood – New Order 4 – Evol – Sonic Youth 5 – Throwing Muses – Throwing Muses 6 – Kicking Against the Pricks – Nick Cave and the Bad Seeds 7 – Victorialand – Cocteau Twins 8 – Control – Janet Jackson 9 – Bend Sinister – The Fall 10 – Rapture – Anita Baker 11 – Blood and Chocolate – Elvis Costello 12 – Electric Café – Kraftwerk 13 – The Colour of Spring – Talk Tal

Roda Livre

O sítio do Jorge Mourinha cumpriu anteontem dois anos de vida. Ao contrário da maior parte das coisas com dois anos, já nasceu com e preserva a inteligência, a fluência no articular de ideias concisas, a precisão das estórias, etc. É um tocante caderno diário.

Blitz 1103

Nas bancas desde ontem: Cantinho Luso com CAVEIRA e Black and Dark. Crítica a Dispositivos de Mi Granja de Alex Under . E ainda: balanço 2005 discográfico e de palco. Kubik, Serial, LCD Soundsystem, Kanye West, Ladytron, Goldfrapp, Sugababes e !!! em Paredes de Coura tiveram o meu voto. Muito satisfeito por encontrar dois concertos de Coura 05 no topo da lista dos espectáculos.

Mad About You

«Quem é este?» « É o disco que está a tocar. É um senhor chamado Frank Sinatra.» «Sinat'a?» «Sim, Frank Sinatra. Gostas destas canções?» «Gosto. É o disco da mamã.»

Pryor, Best, Balance

Ian Penman sobre três passamentos recentes. De peito aberto.

Girls Aloud

Ele escreveu sobre Chemistry, o terceiro álbum das Girls Aloud, que deve estar a aterrar na mansão JML via Amazon. Este texto devia ser vendido em conjunto com a próxima edição do álbum e só tem o defeito de, acaso ao ouvir Chemistry se estiver em sintonia com a prosa, tornar virtualmente impossível acrescentar algo a isto que não seja desperdício de teclado. Amostra: «In fact it is the bastard niece of Lexicon Of Love and A Grand Don’t Come For Free; an extended meditation on the uselessness of inverted commas when it comes to "love" (and think about inverted commas around "come" as well) constructed as a concept album with a storyline, complete with alternative endings.»

Escalator Over the Hill

Businessmen deeply awake Sleeping like spinning tops Corner the smalltown Mastoid market Their uvulas hopping mad Beneath boney earache profits Punished by being kept alive Sure of the past at last Always a little sorry About reality

New Beat

Gutterbreakz deu por si de novo apanhado pelo som que veio da Bélgica na fronteira dos 1980s para os 1990s. Pelo que escreve, está longe de ser o único, e ainda bem. Há nomes de que me tinha esquecido numa prateleira injustamente remota da memória: Miss Nicky Trax e LA Style (James Bown Is Dead!), que creio ter conhecido nos programas de música da Music Box retransmitidos pela RTP. Os Front 242 também são chamado à contextualização, mais uma pérola house-minimal dos 80s chamada Rock to the Beat, de Reese. Lembro-me de a ouvir na altura, incluída numa compilação dupla de uma série chamada, salvo erro, The House Sound of Chicago. Um amigo comprou-a porque trazia We Call It Acieed, dos D-Mob, um dos hits maiores da época. Embora a música electrónica de dança não nos fosse de todo alienígena, ouvir aquele vinil duplo de batidas esqueléticas e vozes descarnadas foi um choque cultural de absorção lenta.

2005 @ Blackdown

Uma boa ideia com bons resultados: Martin Clark convidou produtores e escritores estimados e talentosos e no olho da tempestade para resumirem 2005 em palavras. Uns têm listas, outros não. Está a publicá-los à razão de um por dia.

1985

Geralmente nomeado como o pior ano da pop da era moderna > Adormecer a ver o Live Aid > Bad dos U2 no Live Aid > Queen e David Bowie no Live Aid > A > Blitz > Festas de garagem > ZX Spectrum 48K > Comprar singles e máxis na Peggy no Brasília, na Tubitek e noutras lojas de que já não me lembro do nome, em 31 de Janeiro e Santa Catarina > Más notas: castigo: não ouvir nem comprar discos > Aprender a travar o fumo > Usar um cheque-disco da Philcolândia para tropeçar em ...Ziggy Stardust ohmygodwhathefuck > Um Verão interminável novo > mullet em crescimento > Sonhos hippie-teen-psicadélicos-angelicais-hormonais acordados > Se me dissessem que era aqui que havia de morar eu não ia acreditar > Blusões de penas > Gabardinas verde escuras com crachás anarco-comunistas > Fumar beatas na zona dos betos no final dos intervalos Prémios da Crítica – 85: Álbuns 1 – Around the World in a Day – Prince and the Revolution 2 – This Is the Sea – The Wa

The Music Library

Uma pequena mas deliciosa extravagância que me ofereci em Dezembro.

Stop Snitching

Tem a ver com o escalar da cultura baseada em imagens, com a facilidade de propagação das ditas em ecrãs da espessura de quase nada, dos leitores de DVDs nos assentos dos carros, da facilidade punk-virado-do-avesso de produção de DVDs. São as revistas em DVD, que no epicentro da cultura das imagens da música urbana americana parecem estar a tomar conta do mesmo circuito faça-você-mesmo-barra-underground-mas-não-só das mixtapes (mesmo que tenham naturezas distintas). Apesar da referência comparativa no artigo do The Village Voice às mixtapes o lado artesanal, meio clandestino, a multiplicidade de títulos e a sua periodicidade errática remetem mais para a explosão das fanzines com o punk. A que dá o título a este post parece que é das mais famosas. Acontece que os artistas e gangsters e os empresários se deixam levar por um entusiasmo instintivo quando têm câmaras apontadas a si e algumas das entrevistas e reportagens publicadas nestes DVDs já estão a fornecer a polícia com imagens basta

Blitz 1102

Desde ontem nas bancas: Cantinho Luso com Tropa Macaca e Loops. Reportagem do Festival Best.Off. Crítica conjunta a B in the Mix: The Remixes de Britney Spears e a Greatest Hits de Mariah Carey .

Richard Pryor

Bye bye.

Best.Off

Ao cuidado dos 13,5 interessados por grime neste rectângulo: sabiam que Jammer esteve na madrugada de sábado para domingo na Casa da Música? Reportagem no Blitz na próxima terça.

DVDs

Michaelangelo Matos sugere um carregamento fascinante deles como prenda natalícia no Seattle Weekly. Pelas descrições, todos merecem vida muito para além da quadra. Ia destacar um ou outro mas todos merecem curiosidade (e inveja, na forte probabilidade de não haver fundos para os adquirir).

The Velvet Underground

É, no plano das ideias, uma das boas e úteis e reveladoras. Há um livro chamado All Yesterday's Parties: The Velvet Underground in Print 1966-1970 , compilado por Clinton Heylin e que, como o título sugere, faz um exercício comparativo entre a percepção institucional adquirida pelos VU nos últimos 20 anos e o tratamento que mereceram enquanto duraram.

Estado da Nação - E os Vencedores São...

...Os Alison Bentley - punkalhada furiosamente juvenil e com duas vozes que se alternam como se se imaginassem num grupo de hip-hop, num efeito de contaminação inter-estilística formal não tão vulgar quanto isso (sem deixar de realçar que, musicalmente falando, os AB não têm rigorosamente nada a ver com hip-hop). Segundo lugar para os Norman (desta vez em duo, desta vez em tom experimental de quem escutou muitos discos de krautrock e dos Pink Floyd). Terceiro lugar para Oliver Paine aka Fritz Kahn (desta vez sem o cachorro ao seu lado no palco). Noite divertida, felizmente com público q.b. Houve mais revelações em potência do que é habitual nos cêémeémes. Que isto continue em 2006, em versão necessariamente melhorada.

The Village Voice

Não é impressão minha, nem acredito muito em coincidências: cada vez mais gente, eu incluído, anda a prestar atenção aos extraordinários exemplos de jornalismo levados semanalmente à estampa pelo cinquentenário jornal semanal alternativo gratuito de Nova Iorque. O site que reproduz toda a matéria saída em papel (mais conteúdos exclusivos online) e a disponibiliza de graça presta uma ajuda inestimável. Ontem foi a vez do Nuno Galopim chamar atenção para o dossiê 11 de Setembro , que dá capa à edição desta semana. Conhecia-o até então pelo prestígio e por contactos ocasionais, mas passei a ler o Village Voice online todas as semanas de há um ano e pouco para cá. Não se sabe como será o seu futuro após a confirmação da fusão do grupo que o detinha nos últimos anos (e que também possui, entre outros, o quase-tão-soberbo Seattle Weekly) com o (ex-)concorrente e líder do mercado da imprensa dita alternativa americana New Times. As previsões são pouco menos do que preocupantes mas, até que al

Grime & Dubstep 2005

Martin Clark e o impasse na expansão comercial/ geográfica/ artística (sim, está tudo ligado) da melhor música que o mundo recebeu de Londres em bastantes anos.

Estado da Nação - Final

Hoje às 21h00 na Sala 2 da Casa da Música, com Oliver Paine, Norman e Alison Bentley. Entrada de borla. Júri incorruptível. Apresentação de Álvaro Costa. O futuro da música nacional foi visto e chama-se. Se forem lá digam olá.

Expresso 1728

No Actual de hoje: Futuros com Lola , Plan B e Veto Silver .

Loefah

Prosseguem as «coincidências». Martin Clark tem uma óptima conversa com o produtor de dubstep/ halfstep e responsável pela editora DMZ em que se menciona com abundância a admiração pela Metalheadz. Em simultâneo, na resenha da colheita drum'n'bass de 2005 para a Pitchfork, Jess Harvell coloca em primeiro lugar dos singles do ano Krush de Hive; uma edição... Metalheadz (que até surpreende o próprio Harvell).

The Living Music

Do álbum ao vivo de Robert Wyatt à reedição de Horses de Patti Smith, em mais uma peça monumental de Marcello Carlin . Arrepiante, excessivo, inspirador, deprimente (deprimente porque escrever assim é uma coisa bonita de ver, quase impossível de chegar perto de). Imagine-se um Ian Macdonald sem um bypass ao sentido de humanidade. A escrita sobre/ à volta/ por causa da música é isto. Infelizmente, há já algum tempo que isto foi banido da imprensa tradicional.

House & Tecno

Óptima, embora resumida, espécie de história oral do nascimento conjunto do tecno em Detroit e do house em Chicago , com contributos de quem estava lá: Eddie Flashin Fowlkes, Juan Atkins, Kevin Saunderson, etc. [Actualização: Estes dias têm dado para a nostalgia geral das coisas house. Gutterbreakz relata a sua epifania house no final dos anos 1980 e é como se um filme passasse à frente dos olhos.]

Miles Davis

Outro livro para encaixar na lista de prendas natalícias: Running the Voodoo Down: The Electric Music of Miles Davis . Autor: Phil Freeman, que, se ainda por lá andar, é dos poucos críticos motivantes a escrever actualmente para o Boletim Ocultista .

Blitz 1101

Hoje nas bancas: Cantinho Luso com Novembro e Fish & Sheep . Entrevista com Kubik em antecipação do festival Best.Off . Ao Vivo com Vitalic . Crítica conjunta a Music of the Sun de Rihanna e The Hip-Hop Violinist de Miri Ben-Ari .

Dei-te Quase Tudo

A nova telenovela da TVI com nome de canção/ verso de canção/ adaptação de verso de canção (canção essa que serve de genérico de apresentação da dita telenovela) é, se a minha atenção muito diagonal a estas coisas não engana, das pouquíssimas (a primeira?) em 20 e tal anos de produção local deste género a concentrar um bloco essencial da narrativa no Porto. As telenovelas nacionais tendem a centrar-se nos territórios que os seus argumentistas melhor conhecem. Ou seja, e por ordem decrescente de relevância, são Lisboacêntricas (porque o mundo gira em volta de Lisboa e não vale a pena dar-se ao trabalho de conhecer mais nada - o que, infelizmente, até faz mais sentido do que parece), Alentejocêntricas (porque quem vive em Lisboa gosta de passar férias no Alentejo, ou gostaria de lá comprar um monte, ou porque de lá veio trabalhar para a capital), Algarvecêntricas (porque de Lisboa lá vão parar em todos os fins-de-semana concebíveis) e Beiracêntricas (porque de lá escorre uma parte import

Rap de Nova Orleães

Outra referência da escrita musical, Nik Cohn, tem livro a sair. O título auto-explica-se - Triksta: Life and Death and New Orleans Rap. Esta recensão no The New York Times trata do resto.

Gang of Four

As leituras das publicações que se compram em quiosque andam atrasadas, o que explica que só agora tenha reparado nesta frase de Jon King, em artigo saído na Uncut de Março: «We were banned from going to Portugal because the Pope was visiting and the Portuguese government thought we might cause a riot. I was rather pleased about that one». Alguém sabe mais alguma coisa sobre isto?

David Murray

Dois álbuns em nome próprio e um outro de um ex-acompanhante dão o mote a Francis Davis para uma reapreciação de um sax tenor com o azar de aterrar com pouca frequência em listas trendy.

Ashlee Simpson

Frank Kogan, que é daqueles críticos de quem vale a pena ler tudo, convence-me de vez a ir ouvir I Am Me.

Sam Cooke

Peter Guralnick escreveu Dream Boogie: The Triumph of Sam Cooke , biografia de 700 e tal páginas de um percurso breve e atípico na história da soul.

Rui Poças

A chamada de atenção já vai parcialmente tarde mas o Y de de ontem, sexta, traz três páginas sobre um dos tipos que melhor sabe fixar filmes em película. Ainda por cima é português. Ainda por cima tenho a sorte de o conhecer (a relativa distância, mas ainda assim) desde miúdo (o miúdo, no caso, era eu). Há 20 anitos, o Rui cantava numa banda de rock surrealista-progressivo chamada BKC. Dois outros tipos dessa banda vieram a tornar-se dois dos meus maiores amigos. Há pouco mais de 20 anitos, muitos dias pós-aulas na Escola Preparatória de Valadares prosseguiam na sala de ensaio dos BKC, onde eu e o irmão mais novo do Rui e mais um ou outro compincha entrávamos à socapa para desfazer um pouco mais os instrumentos. Depois, o Rui mergulhou no cinema, foi para Lisboa, e agora tem direito a retrospectiva na Cinemateca. Coisa que não costuma acontecer a antigos vizinhos. Com imagem dele vi O Fantasma e Pesadelo Cor de Rosa, e a imagem fixada por ele é a única coisa que se aproveita destes doi

Clap Your Hands Over Your Hears, Say No

As reportagens de Simon Price no The Independent on Sunday tendem a ser coisas elogiosas. Acontece que, em semanas consecutivas, saíram-lhe na rifa Madonna e a bandita cujo nome inspirou o título deste post .

Medicine Shows

Michaelangelo Matos explica sumariamente porque deve valer a pena passar pelo auto-explicativo Good for What Ails You: Music of the Medicine Shows 1926-1937.

Choubi Choubi

Choubi Choubi: Folk and Pop Sounds from Iraq é dos mais recentes e, em potência, mais curiosos CDs-mapa-emissão da editora de Seattle Sublime Frequencies .

Rachel Stevens

Marcello Carlin celebra Come and Get It, avança hipóteses para o seu falhanço comercial, e compara-a com Charlotte Church (para quem desperta curiosidade) e com o novo disco do Bowie das sopeiras aka Madonna.

1984

cheiro a sabonetes de glicerina > último Natal > noite > ler a Música & Som > vídeogravadores > tijolos > um banho de mar à chuva > festas de garagem > E > mullet > gravar canções da Rádio Comercial em cassetes > restos de listas de discos do ano (prémio da crítica - oh dear...) que são mais de 1990 do que de 1984 Prémio da Crítica/84 (LP’s) 1 – Purple Rain – Prince and the Revolution 2 – The Unforgettable Fire – U2 3 – It’ll End in Tears – This Mortal Coil 4 – From Gardens Where We Feel Secure – Virginia Astley 5 – Swordfishtrombones – Tom Waits 6 – Tonight – David Bowie 7 – Mirror Moves – Psychedelic Furs 8 – Under a Blood Red Sky – U2 9 – The Age of Consent – Bronsky Beat 10 – Defeitos Especiais – GNR 11 – Concerto: The Cure Live – The Cure 12 – Ocean Rain – Echo and the Bunnymen 13 – Treasure – Cocteau Twins 14 – A Pagan Place – Waterboys 15 – A um Deus Desconhecido – Sétima Legião 16 – Hyaena – Siouxsie and the Banshees 17 – Who’s Afraid of the

Tecno 2005

Philip Sherburne começou a rever o ano tecno na coluna mensal no Pitchfork. Começou pela escolha dos álbuns de autor. Matias Aguayo só podia lá estar. Ellen Allien também. Isolée e Alex Smoke idem aspas. E esta frase-previsão: «Electro-house's ice cubes are melting; in 2006, we'll all be getting liquid».

Esquerda

K-Punk polemiza sobre se a Esquerda poderá ser, hoje em dia, mais do que Oposição, o Exterior. A certo ponto diz isto: «The Left's presence today remains predominantly a negative one, a consequence, no doubt, of the 'cultural turn' - the retreat from economics into cultural criticism, the Left's pre-eminence in which is a kind of consolation prize for wider geo-political marginalization. Permanent Oppositionalism is the vice of the impotent, a luxury in which the disempowered can indulge.» Isto faz terrível sentido.